São Paulo - O ano é 1995, a competição é a Copa do Brasil, um time é alvinegro e o outro tricolor, os dois almejam a Copa Libertadores. O mesmo filme. Os protagonistas? O corintiano Marcelinho e o gremista Danrlei, únicos que cruzaram os últimos seis anos resistindo como titulares de suas equipes.
O lateral-esquerdo gremista Roger também foi um dos 24 atletas que participaram da batalha de 21 de junho de 95, no Olímpico. Hoje, se recuperando de lesão, é reserva, e só coadjuvante no Tricolor gaúcho.
De lá para cá, a vida de Marcelinho mudou muito. Além de dinheiro, o meia ganhou títulos (hoje é o jogador que mais conquistou campeonatos com a camisa corintiana: dez) fama, filhos e, segundo o próprio, amadurecimento "como homem e jogador".
Em 97, o Pé-de-anjo foi negociado com o Valencia, da Espanha, mas voltou seis meses depois. Antes, no entanto, teve de passar por mais uma prova de fogo.
A Federação Paulista de Futebol comprou o passe do jogador e realizou um leilão via ligações telefônicas entre os torcedores de Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo.
Maioria, a torcida corintiana fez o maior número de ligações e pôde ver o Pé-de-anjo novamente vestindo a camisa corintiana.
Apesar do inédito título da Copa do Brasil, dois Campeonatos Paulistas, uma Copa Bandeirante e um Troféu Ramón de Carranza, a segunda e atual passagem no Corinthians foi mais vitoriosa e mais importante do que a primeira. Foram dois Campeonatos Brasileiros, dois Paulistas e, o maior deles, um Mundial de Clubes. Depois de seis anos, Marcelinho disputará mais um título pelo Timão.
"Vamos em busca desse bicampeonato da Copa do Brasil. O importante desse primeiro jogo, em Porto Alegre, é não tomar gols lá".
Em 95, o Corinthians ganhou os dois jogos, 2 a 1 na primeira final em São Paulo (um gol de Marcelinho e um de Viola) e 1 a 0 na segunda final, em Porto Alegre. O gol do título foi marcado pelo Pé-de-Anjo.
Com tantas coincidências, a esperança dele é repetir os dois gols das finais e garantir mais um título para a história corintiana. "Nessa campanha, nós temos algumas semelhanças com a de 95 e não é por acaso", afirma.