Ulsan (Coréia do Sul) - Leão até que tenta. Se esforça para valorizar a partida deste sábado contra a Austrália, válida pela disputa do terceiro lugar da Copa das Confederações. O técnico usa todos os chavões: desde a responsabilidade de vestir a camisa da Seleção até a "importância "do terceiro lugar. Mas todos sabem que o jogo de sábado em Ulsan (7h da manhã no Brasil), cidade distante 450 Km da capital Seul, tem um clima amargo de final de festa. Ambas as equipes perderam nas semifinais e chegam desanimadas para a partida.
Nem os australianos estão dando bola para o jogo. Um fato é emblemático. Dois jogadores -Muscat e Okon- foram liberados para não faltarem ao casamento da irmã do meia Emerton, que já havia ido embora na terça-feira. Enfim, um amistoso disfarçado de jogo sério. Só que o técnico Leão não pode se dar ao luxo de encarar dessa maneira. Na marca do pênalti após a pífia campanha brasileira no torneio e receoso de que um novo vexame frente aos australianos possa abreviar sua passagem pelo comando da Seleção, Leão avisa que não vai usar a partida para experiências.
“A Copa das Confederações não terminou. Temos responsabilidade com o resultado e com a camisa da Seleção Brasileira. Vamos escalar o que nós temos de melhor”, disse o técnico que pretende continuar analisando a nova safra de jogadores. “É importante vê-los até o último momento.”
O jogo de sábado também pode servir como prévia de uma eventual disputa por uma vaga para a Copa de 2002. Segundo regulamento a Fifa, o quinto colocado nas Eliminatórias Sul-Americanas (na qual o Brasil ocupa o quarto lugar) jogará contra o primeiro colocado das Eliminatórias da Oceania (na qual a Austrália é a favorita disparada) para decidir quem fica com a vaga.
Quando questionado sobre o assunto, o técnico da Seleção Brasileira se mostrou bastante incomodado. “Nem quero pensar nisso. Isso não passa pela minha cabeça”, disse o técnico antes de mandar um recado aos críticos do futebol que a equipe vem mostrando nas últimas apresentações. “Temos de parar de falar que somos os maiores e os melhores do mundo. E, a partir daí, começar a implantar uma nova mentalidade no futebol brasileiro.“