Apesar de os jogadores do Boca Juniors terem resolvido viajar para São Paulo, onde nesta quarta-feira enfrentarão o Palmeiras pelas semifinais da Copa Libertadores da América, o clima ainda é bastante tenso entre atletas e dirigentes. De acordo com o diário esportivo argentino "Olé", o representante dos jogadores para falar com a imprensa após o treinamento realizado na manhã desta terça-feira, o meia Mauricio Serna, deixou bem claro o sentimento de todos:
”Os dirigentes não dão as caras... Está claro que para eles é conveniente que o Boca seja eliminado.
Já o vice-presidente do clube argentino, Pedro Pompilio, classificou a atitude dos jogadores de abandonar a concentração e se recusarem a viajar na segunda-feira de anárquica.
”Eles pretendem mudar uma política que o Boca vem mantendo há três anos. A atitude dos jogadores nos tomou de surpresa porque altera todo o programa planificado. Com essa atitude anárquica causaram uma profunda desilusão na torcida e se cometeu uma profunda falta de respeito com a instituição, que destina 70 por cento de sua arrecadação ao futebol - afirmou Pompilio.”
Serna, pórém, nega que os jogadores tenham se recusado a viajar:
”Nenhum de nós disse que não iria viajar. Hoje veio o gerente do clube, Miguel Macchi, para dialogar conosco. Mas nós esperávamos a presença do presidente, do vice ou do tesoureiro. E eles não apareceram quando deveriam vir.”
Os jogadores se reuniram na manhã desta terça-feira com Macchi, que ficou encarregado de lhes explicar os motivos do atraso nos pagamentos de prêmios, mas não conseguiu convencer muito. A dívida está em cerca de 4 milhões de dólares.
”Se ganharmos não será negócio para eles (os dirigentes). Mas este elenco irá ao Brasil para buscar um bom resultado para seguir na Copa. Esta situação não diminuirá nosso rendimento em campo”, acrescentou Serna.