Belo Horizonte - O novo técnico da Seleção Brasileira, Luiz Felipe Scolari, esteve nesta quarta-feira à tarde na Toca da Raposa para acertar a rescisão de seu contrato com o Cruzeiro e também para se despedir dos jogadores. Ele lembrou que sua passagem pelo Cruzeiro foi um divisor de águas. “Nasci no Rio Grande do Sul, trabalhei em outros clubes do país e sei que esse trabalho despertou a atenção no Brasil. Mas foi no Cruzeiro que acabei recebendo o convite para comandar a Seleção Brasileira", frisou o treinador, que voltou a elogiar o comportamento do povo mineiro.
Acompanhado do auxiliar-técnico Flávio Teixeira, o “Murtosa", que também deixa o Cruzeiro, Scolari viaja nesta quinta de manhã para o Rio de Janeiro, para conhecer as dependências da Granja Comary, em Teresópolis, onde a Seleção vai ficar concentrada. Ele vai continuar morando em Belo Horizonte até o final de julho, por causa do período escolar dos filhos. Scolari ainda não decidiu, porém, se fixa em residência em Belo Horizonte ou se retorna para São Paulo ou Porto Alegre.
Sobre o novo treinador do Cruzeiro, Scolari disse que não vai sugerir qualquer nome, mas, se for perguntado pela direção do clube, poderá dar opiniões sobre as característi cas dos pretendidos. Para ele, existe uma lista de bons treinadores no país, como Paulo César Carpegianni _ cotado para assumir o comando do clube -, Vadão e Ivo Worthman, entre outros.
Ele aproveitou também para fazer um balanço de seu trabalho à frente do Cruzeiro nesses 11 meses, classificando-o de apenas “razoável para bom". “Não conseguimos atingir alguns dos nossos objetivos traçados à frente do Cruzeiro pelo menos em duas competições. Poderíamos ter seguido mais no Campeonato Mineiro e, principalmente, na Copa Libertadores da América", explicou o treinador. Ele acrescentou, no entanto, que seu trabalho acabou rendendo frutos ao Cruzeiro, como a negociação envolvendo Geovanni para o Barcelona e também o trabalho de renovação e inserção no mercado de jovens valores.
Contrato
Scolari ainda tinha contrato com o Cruzeiro até maio de 2003, mas, com o convite para dirigir a Seleção Brasileira feito pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira, acabou deixando o clube mineiro. “Vim conversar com o Zezé Perrella (presidente do clube) e a diretoria, para explicar as razões de minha saída. E também para agradecer pela liberação para dirigir a Seleção Brasileira", afirmou. O acerto deveria ser feito sem demora, porque, segundo Scolari, não há multa rescisória no contrato com o Cruzeiro.