Camboriú - Artur Neto vai ser mais do que um técnico à frente da Seleção Catarinense, que sábado enfrenta o Uruguai, no Estádio Centenário, em Montevidéu. Vai ser também um espião, a serviço do futebol brasileiro.
“O futebol de Santa Catarina não tem a projeção que deveria ter e a grande chance é essa. Para mim, é uma honra muito grande”, diz o treinador, que tem a missão de transmitir ao técnico Luiz Felipe Scolari todas as informações que puder obter da seleção do Uruguai, adversário do Brasil no dia 1º de julho, em partida decisiva pelas Eliminatórias Sul-americanas da Copa do Mundo de 2002.
Na apresentação dos jogadores convocados para a Seleção Catarinense, terra do tenista número 1 Gustavo Kuerten, o Guga, na manhã de segunda-feira, em Balneário Camboriú, Artur Neto reforçou aos jogadores a importância do amistoso. Não só pela exposição que o futebol de Santa Catarina terá em nível internacional, mas pela honra em contribuir para que o Brasil consiga sair do Centenário com um bom resultado. ”Temos a obrigação de ajudar a Seleção Brasileira”, afirma Artur Neto.
E Felipão sabe que toda ajuda é bem-vinda. Além de ter entrado com contato com Artur Neto para traçar “estratégias de espionagem”, o técnico da Seleção Brasileira está mandando também o assistente técnico Flávio Teixeira, o Murtosa, a Montevidéu, para acompanhar o amistoso. Tudo para não ser surpreendido pelos uruguaios.
A preparação da equipe catarinense começou com um treino físico, na tarde de ontem, no Estádio Dr. Hercílio Luz, em Itajaí. Treino comandado pelo preparador físico do Joinville, Luiz Paulo Bustamente. “Os jogadores estão bem fisicamente, já que depois da parada com o fim do Estadual a maioria voltou a treinar em seus clubes”, avalia.
No primeiro dia de trabalho à frente da Seleção, Artur Neto se limitou a conversar com os jogadores. E pediu união. “Esqueçam tudo. A partir do momento em que estamos aqui, vamos esquecer os clubes e pensar somente nas Seleção. Já começamos a jogar hoje”, motiva o treinador.