Rio - Ao longo dos anos, o futebol brasileiro criou um mito. O de que muitas vitórias sobre equipes uruguaias e argentinas escapavam por falta de malandragem. Às vésperas de um jogo decisivo contra o Uruguai, o técnico Luiz Felipe Scolari está prestes a montar seu time titular com nada menos do que cinco jogadores com mais de 30 anos: Antônio Carlos, Euller, Mauro Silva, Cafu e Romário.
Os cinco foram orientados para serem o suporte dos mais jovens. "Já tenho uma certa idade e voltar à Seleção me revigorou. Hoje eu venho mais sereno e com responsabilidade de apoiar os jovens. O técnico pediu isso", disse Mauro Silva.
Romário garante que hoje é um jogador mais completo. "Faço mais gols do que antes porque me coloco melhor, sei os atalhos. É prova de que a idade ajuda. Quanto mais velho eu fico, me torno mais experiente. Mas não sou mais importante. Todos têm responsabilidade", diz o Baixinho, que nunca enfrentou o Uruguai em Montevidéu.
O lateral Cafu lembra que já está há mais de dez anos na Seleção. "Estreei em 1990, numa derrota para a Espanha por 3 a 0. Passei por diversas experiências e sou respeitado. Num jogo como este no Uruguai, isso pesa. Já ganhei muitas vezes lá".
Para Euller, malandragem decide. "A Seleção criou uma base de jogadores rodados, que já aprenderam as malandragens dos adversários e sabem sair delas".
Já Antônio Carlos se transformou num exemplo de liderança. "A Seleção vive um momento em que todos precisam entender que é preciso uma dose de sacrifício".