São Paulo - Tinha tudo para ser uma festa. Precisando de apenas dois pontos para conquistar o acesso após 15 anos sofrendo na Segunda Divisão do Campeonato Paulista, os torcedores do Etti Jundiaí amanheceram na expectativa de que o jogo contra o Nacional, no estádio Nicolau Alayon, em São Paulo, marcaria a volta do clube ao Paulistão.
Logo pela manhã, Jundiaí se pintou de vermelho, preto e branco em uma festa que se estendeu pela Rodovia dos Bandeirantes, no trajeto que levou 34 ônibus e mais uma porção de carros para São Paulo. Mas a festa programada pela torcida do Etti acabou logo que a partida se iniciou. Aos nove minutos, o atacante Nei Bala marcou o gol que definiu a vitória do Nacional.
O gol no começo do jogo desestabilizou o Etti, que não teve mais forças para reagir e assim, adiou para o próximo sábado, contra o Paraguaçuense, a chance de tornar realidade o sonho de disputar o Paulistão.
Um sonho que, neste sábado à tarde, transformou-se em pesadelo para os torcedores do Etti Jundiaí. Logo após o término da partida, três torcedores do Etti invadiram o gramado. Outros começaram a chutar as placas de publicidade que ficam junto ao alambrado.
Tentando conter o tumulto, a Polícia Militar, apoiada pelos cassetetes de seus policiais, partiu para violência. A partir de então, as cenas presenciadas no Nicolau Alayon foram de exagero e abuso. Das duas partes.
Acuada por pedaços de paus e pedras atirados pelos torcedores de Jundiaí, a PM distribuiu bordoadas a esmo, sem punir os verdadeiros causadores do tumulto. O importante parecia ser acertar alguém.
Desta forma, mulheres e crianças foram envolvidas na confusão. Junto ao alambrado, um garoto de seis anos, assustado, foi levado pelo zagueiro Anderson ao vestiário do Etti. Após cerca de 20 minutos de violência explícita, a situação se acalmou. Como saldo, além das arquibancadas repletas de paus e pedras, quatro policiais feridos e três torcedores que deixaram o estádio de ambulância, direto para o hospital.
Tinha tudo para ser um festa...