Rio - Acontecerá nesta quarta-feira na sede da Confederação Sul-Americana de Futebol (CSF), em Assunção, no Paraguai, uma reunião do Comitê Executivo da entidade que vai definir se a Copa América será realizada mesmo na Colômbia. O seqüestro do vice-presidente da Federação Colombiana de Futebol, Hernán Mejía Campuzano, já tinha contribuído para a realização desta reunião, mas o estopim foi as ameaças que a seleção argentina recebeu.
A embaixada da Argentina confirmou nesta terça-feira que recebeu uma ameaça anônima para que a seleção não participasse da Copa América. O embaixador Alberto Carrasco disse que a ameaça se dirigia ao presidente da Associação do Futebol Argentino (AFA), Julio Grondona, e que o alvo do ataque não seria a embaixada, mas a concentração da Seleção Argentina.
Carrasco explicou que recebeu telefonemas anônimos dizendo que a seleção argentina seria alvo de atentados na sua concentração ou nos percursos para os estádios onde fosse jogar.
Diante deste quadro ameaçador, Julio Grondona comunicou que se a competição for disputada mesmo na Colômbia, não contará com a presença da seleção argentina.
O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, evitou fazer comentários sobre o assunto. Disse que prefere aguardar uma decisão oficial da Confederação Sul-Americana e não confirmou presença na reunião desta quarta-feira. Um grupo de dirigentes, liderados pelos uruguaios, deseja que a competição vá para o Peru ou Venezuela, países que nunca sediaram o torneio.
Um país dividido
A polícia colombiana está acusando as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), principal grupo de esquerda do país, de ter feito o seqüestro e as ameaças aos argentinos. O dirigente foi seqüestrado na segunda-feira à noite, quando regressava da cidade de Pereira, uma das sedes da Copa América.
A situação colombiana vem se agravando muito nos últimos anos. A Farc, que conta com cerca de 20 mil combatentes já domina metade do país, levando terror às ruas colombianas. A média de seqüestros no país por ano, chega a casa dos quatro mil, deixando um rastro de 40 mil mortos desde que a guerra civil começou. São números que revelam que a Copa América não tem condições de ser disputa-la.