São Paulo - O presidente da Federação Paulista de Futebol, Eduardo José Farah, deverá ser o presidente da liga que vai organizar o Torneio Rio-São Paulo e o Brasileiro a partir de 2002.
Esse foi o acordo conseguido por Farah para não se opor ao Pacotão do Futebol, anunciado na terça-feira no Rio de Janeiro, pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira, pelo ministro do Esporte e Turismo, Carlos Melles, pelo presidente do Clube dos 13, Fábio Koff, com o apoio de Pelé, João Havelange e ele mesmo.
Uma das principais medidas do Pacotão foi fortalecer as Copas Regionais, em prejuízo dos Estaduais. O Estadual mais prejudicado foi justamente o Paulista, por ser o mais rentável e organizado.
Para abrir mão dessa competição, Farah teria reivindicado outra com a mesma ou maior importância. O acordo foi revelado pelo presidente da Federação Pernambucana de Futebol, Carlos Alberto de Oliveira, e confirmado por um importante ex-presidente de clube que pediu para ficar no anonimato. "Ele só está a favor porque vai presidir a liga", disse Oliveira.
O acordo coloca do mesmo lado Teixeira e seu rival Farah, que aspira à sua sucessão, e do outro vários presidentes de federação, tradicionais aliados de Teixeira. Os presidentes das Federações do Rio Grande do Sul, Emídio Perondi, e do Espírito Santo, Marcus Vicente, estiveram entre os principais lobbistas para que a bancada da bola não aprovasse o relatório da CPI da Câmara que pedia o indiciamento de Teixeira por 13 supostos crimes.
O mais eloqüente cartola contra o Pacotão é Eduardo Viana, da federação do Rio.
Depois do Paulistão, o Estadual do Rio era o mais importante do Brasil. Sem os grandes, Caixa d'Água vê seu poder reduzido a quase zero.