Porto Alegre - A juíza Antônia Mara Vieira Loguércio apelou na quinta para que Grêmio e Ronaldinho cheguem a um acordo na audiência marcada para o dia 5, na 26ª Vara da Justiça do Trabalho.
”Esse acordo está caindo de maduro. Qualquer uma das duas partes recorrerá da decisão em caso de derrota e essa história não terá mais fim”, afirmou.
Sem acerto, prevê a juíza, o maior prejudicado será o jogador, que ficará indefinidamente sem poder atuar.
Esgotadas as negociações no âmbito estadual, o caso seguirá para o Supremo Tribunal Federal (STF), onde poderá aguardar muito tempo até ser julgado. Pelas bases atuais, no entanto, o acordo está longe de ocorrer. O Grêmio exige US$ 20 milhões para liberar o jogador. O clube francês acenou no máximo com US$ 3 milhões, além do passe do atacante Dill, recentemente contratado. Proposta rejeitada pelo Grêmio.
Dizendo desconhecer o motivo da viagem do advogado Sérgio Neves à França, quarta-feira, a juíza advertiu que, se assinar contrato com o Paris Saint-Germain, Ronaldinho assumirá automaticamente a dívida de R$ 84 milhões, o valor da indenização exigida pelo Grêmio. Ela não descarta que a Fifa possa conceder o atestado liberatório. Mas seria impossível para Ronaldinho fugir da dívida.
Antônia Loguércio não acredita que possa proferir a sentença definitiva na audiência do dia 5. Nessa data, novas testemunhas serão ouvidas, entre elas o presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Emídio Perondi, arrolado por Sérgio Neves. Ronaldinho foi dispensado de comparecer.
Paulo Neves, filho de Sérgio Neves e também um de seus sócios, disse ter falado com o pai ao telefone por volta das 19h de ontem. No primeiro dia na capital francesa, Sérgio havia se encontrado com o suíço Eric Lovey, representante do Canal Plus (patrocinador do PSG). É possível que ocorra hoje uma visita à diretoria do PSG. Paulo Neves não garantiu que o pai vá tentar obter o atestado liberatório na Fifa, embora a informação inicial na quarta-feira fosse essa.