Rio - Quando o Mosqueteiro IV, ônibus dos profissionais corintianos, chegar nesta s a Extrema (MG), o técnico Wanderley Luxemburgo vai ter uma sensação semelhante à do motorista Paulinho. Tudo será novidade para o Corinthians, que nunca se hospedou na cidade mineira, e para o treinador, que não teve peso algum na escolha do local e nem sequer enviou uma pessoa de confiança para avaliar as instalações.
De propriedade do ex-conselheiro corintiano Pedro Antonio Fabiano, aliado político do presidente Alberto Dualib, o hotel-fazenda que vai abrigar o Timão nas próximas duas semanas foi sugerido pelos dirigentes corintianos e referendado por funcionários do clube distantes de Luxa: o supervisor João Roberto de Souza e o auxiliar de preparação física Ricardo Rosa, únicos a visitarem o local. “O Luxemburgo ainda não conhece, mas os dois vieram e aprovaram o lugar”, conta Pedro Fabiano.
Os primeiros efeitos da ida para Extrema ter sido planejada sem o crivo do técnico podem ser sentidos em breve. Mesmo com um campo para treino de 90m por 65m, medidas oficiais, à disposição do Timão no hotel, Fabiano está de sobreaviso. “Parece que ele (Luxemburgo) vai querer um campo maior. Estamos vendo um de uma firma em Bragança e, se for necessário, usaremos até o do Romão em Atibaia”, programa-se o proprietário do hotel, citando o campo utilizado em outros retiros.
Bragança e Atibaia estão a 10km e 30km de Extrema, nessa ordem.
Centralizador, Luxemburgo sempre orientou os retiros das equipes em que trabalhou. Nos últimos dois meses, no entanto, o treinador entrou em choque com os dirigentes corintianos, perdeu força e viu seu poder ficar restrito ao comando técnico e ao trabalho de campo.