Cali (Colômbia) - Luiz Felipe Scolari ensinou bem a lição a seus pupilos. O esquema defensivo do técnico já está na cabeça dos jogadores, que preferem deixar de lado as belas jogadas e evitar o gol do adversário.
Felipão tem defendido com unhas e dentes que o mais importante para a seleção é não tomar gols, e adotou os três zagueiros como sua principal arma na Copa América. Com esse esquema, ele conquistou sua primeira vitória em três jogos, contra o Peru, no domingo.
``É procurar não tomar o gol para depois dar liberdade para os jogadores de frente. Os 30 minutos finais contra o Peru foram fruto de um começo organizado'', disse Juninho Paulista na segunda-feira, acrescentando que o Brasil não poderá jogar os 90 minutos como atuou no final da partida de domingo, quando o Brasil tinha um jogador a mais e criou as principais jogadas.
A tática do 0 a 0 imposta no discurso de Felipão serviu, segundo o próprio treinador, para tirar pressão em cima dos atletas.
Os jogadores atribuem essa mudança radical no futebol brasileiro à tendência mundial, que privilegia a marcação.
``O futebol mudou. Há mais força e está mais rápido. Hoje ninguém mais joga aberto. Primeiro faz-se o gol para a'' sim jogar no erro do adversário'', explicou o zagueiro Roque Júnior.
A vitória trouxe um clima de alívio aos jogadores, que já se permitem pensar mais alto e falam até em uma grande sequência de vitórias depois de quebrarem um jejum de seis jogos sem vencer.
``Agora é vencer mais um jogo e procurar ganhar em seqüência'', disse Juninho Paulista, que teve seu discurso completado pelo meia Alex. ``De nada adianta vencer o Peru e não dar continuidade''.