Rio - A disputa entre estado e município por projetos para a cidade chegou aos gramados. Botafogo e Fluminense não poderão construir, na Barra da Tijuca, o complexo esportivo de uso comum para os dois clubes.
A prefeitura vetou a construção do complexo - incluindo um estádio de futebol, com 45 mil lugares. O complexo seria erguido em terreno da Avenida Salvador Allende, cedido pelo governador Garotinho em julho de 2000.
Ao estudarem as plantas do estádio, os técnicos da Secretaria Municipal de Urbanismo constataram que o terreno doado fica em área não-edificável. O município analisa como alternativa para os clubes cessão de outro terreno, mas da prefeitura, em Vargem Grande.
Para o estádio sair do papel no terreno doado pelo estado, a Câmara de Vereadores teria que aprovar um projeto propondo mudanças na legislação urbanística da Barra. E mesmo assim, de acordo com o secretário municipal de Urbanismo, Alfredo Sirkis, a realização da obra ainda dependeria de pareceres favoráveis da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-Rio), que estudariam o impacto ambiental e de trânsito na região.
Comissão - No executivo municipal, não há planos para apresentação de projetos alterando a legislação. Se algum projeto do gênero for apresentado por vereadores, deverá ser vetado pelo prefeito. Segundo o secretário municipal de Governo, João Pedro de Andrade Figueira, nas próximas semanas uma comissão criada pelo município vai apresentar a proposta alternativa ao do governo estadual.
''Se não puder construir na Barra, o que posso fazer? Só esperar pela oferta do município, pois mudar a legislação é muito complicado'', reconhece o presidente do Botafogo, Mauro Nei Palmeiro. Ele admite, porém, que o impasse atrapalhou os planos dos clubes, que construirão o estádio em parceria com a iniciativa privada. ''Se tudo tivesse corrido bem, íamos começar a obra em junho'', disse Mauro. O presidente do Fluminense, David Fischel, não retornou as ligações.
A comissão estuda ainda uma alternativa, que possibilitaria também ao Flamengo contar com um novo estádio. O projeto prevê a reforma dos estádios de Ítalo Del Cima, Moça Bonita e da Portuguesa, que passariam a ser usados, respectivamente, por Botafogo, Flamengo e Fluminense.