Rio - A trajetória de Patrício Antônio Borques, o novo titular da lateral-direita do Vasco, difere da grande maioria dos jogadores. Filho de pai desconhecido, Patrício, que começou a trabalhar aos 10 anos para ajudar a mãe e a avó, não passou pelas divisões de base de nenhum clube. No Kinderman, de Santa Catarina, que ainda detém 50% de seu passe, começou logo como profissional.
“Desde os 15 anos, por alguns trocados, jogava futsal nos fins de semana pelo Xanxereense, da cidade de Xanxere. Mas só aos 21 é que fui contratado pelo Kinderman”, recorda Patrício, que já trabalhou como artesão, sapateiro e até como operário em uma usina de asfalto.
Depois de tantas dificuldades, ele não teme mais nada. Nem mesmo o desafio de jogar em uma posição tida como maldita no Vasco – há anos ninguém consegue se firmar nesta posição.
“O importante é não pensar nisso. Mas, com certeza, este será o maior desafio de minha carreira. Vim para o Rio com o intuito de trabalhar para me firmar no futebol brasileiro. O Vasco é uma das maiores equipes do país. É o sonho de qualquer jogador”, assim entende o lateral-direito.
Há apenas 20 dias no Rio, Patrício ainda não conseguiu conhecer sequer um ponto turístico da cidade. Entretanto, a sua adaptação ao novo clube está sendo bastante tranqüila. “Ainda não conheço bem todos os companheiros, mas, apesar do pouco tempo, deu para perceber que não terei dificuldades para me adaptar ao time”, analisa o jogador.
Definindo-se como uma lateral que gosta de partir para o ataque, Patrício aprova o esquema com três zagueiros testado por Joel. “É mais fácil jogar no 3-5-2. Com este esquema, não precisamos ir de uma área a outra para chegar ao ataque”, acredita.
O novo titular do Vasco não se assusta com o momento financeiro delicado pelo qual o clube passa. Emprestado por um ano, o jogador prefere deixar estes problemas a cargo da diretoria. “Tenho ouvido muita coisa. Mas a impressão que eu tive até agora foi a melhor possível. Jogar no Rio é um sonho, uma excelente vitrine”, elogia Patrício, que foi indicado ao Vasco pelo coordenador-técnico da Seleção, Antônio Lopes, que o conheceu em sua recente passagem pelo futebol gaúcho.