São Paulo - Edson Andrade Almeida, baiano, 21 anos, atacante, destro, baixa estatura, recebeu do técnico corintiano Wanderley Luxemburgo a oportunidade, como o próprio atleta define, de renascer no futebol.
Dono da camisa 26 do Corinthians na Copa Mercosul, Edson Di, apelido que carrega desde criança, é ‘gato confesso’, assim como o treinador do Timão, e quase desistiu de ser atleta profissional quando foi punido com seis meses de suspensão no início do ano, antes mesmo de assinar contrato com o Corinthians. “Estou começando uma nova vida. Quando eu estava suspenso, fui para a Bahia e pensei que, se eu voltasse a jogar, qualquer lugar já estava bom para mim”, lembra.
Edson Di adulterou a idade ainda adolescente, quando deixou a Bahia para jogar em São Paulo, e atuou duas temporadas ao lado de garotos no mínimo dois anos mais jovens, nas categorias de base de São Paulo, Nacional, de Rolândia-PR, e Juventus.
Às vésperas de disputar a Copa São Paulo de juniores pelo time da Mooca, em novembro de 2000, o atacante admitiu a adulteração. “Eu só tinha uma xerox autenticada do meu RG e iam me descobrir”, acredita Di, que chegou a fazer testes na italiana Udinese em 2000.
Em abril, já liberado para jogar, passou três meses sendo avaliado no Corinthians B, equipe de testes dos profissionais do clube, que disputa a sexta divisão do futebol paulista.
Aprovado e ainda vinculado ao Juventus, que pede R$ 800 mil para liberá-lo, o ex-gato foi emprestado por um ano em junho. No mês seguinte, recebeu a notícia que completaria o elenco corintiano na Mercosul.
Di ainda não treina com o time A, mas se satisfaz com a camisa 26. “Agora estou tranqüilo. Esse negócio de ficar enganando todo mundo não presta”, sentencia.