Rio - Não há registro no balanço de 1999 do Flamengo da conta no Banco Bilbao Viscaya das Ilhas Cayman, de propriedade do clube, nem do depósito em um total de R$ 908 mil, feito pelo empresário Reinaldo Pitta. O dinheiro, que seria utilizado para pagar pela transferência do meia Beto, pode ter servido para quitar salários, o que não está descrito no balanço.
A conta existe desde 1982, segundo um conselheiro do clube. Apesar de ter afirmado desconhecer a conta, o presidente Edmundo dos Santos Silva a movimentou no início de seu mandato. Depois do depósito de Pitta, ainda em 1998, na gestão Kléber Leite, Edmundo trouxe o dinheiro para o Brasil para pagar os jogadores no início do primeiro semestre de 1999, em movimentação não registrada.
Deixou a conta vazia, mas não se sabe se esta foi encerrada. Nesta segunda, o presidente do clube não foi encontrado para explicar o depósito de Pitta, que também não foi localizado. O empresário de Ronaldo pode ser chamado a depor na CPI.
Como a conta foi criada em 1982, durante a gestão de Antônio Augusto Dunshee de Abranches, o ex-presidente foi convocado, oficialmente, para depor na CPI. O relator da CPI do Senado, Geraldo Althoff (PFL-SC), demonstrou irritação com Dunshee de Abranches pelas sua declarações contra a CPI. Assim como o Lance! informou na última segunda, Edmundo foi convocado novamente a depor.