São Paulo – “Não era uma bola fácil, mas poderia até ser defendida. Eu já esperava o chute do Itamar e me ajoelhei para defender, mas o meu pé enroscou no gramado e a bola acabou raspando no meu joelho direito e entrando no gol.”
As explicações de Rogério Ceni para o primeiro gol do Goiás na partida de domingo têm um motivo: as críticas pelo fato de o goleiro se ajoelhar quando fica cara a cara com o adversário. Estilo é a palavra encontrada por Rogério Ceni para defender sua forma de atuar debaixo do gol. Rojas, treinador de goleiros do São Paulo, reforça o discurso do pupilo ao falar também em estratégia.
O fato de Rogério Ceni cair de joelhos na "hora H" ganhou repercussão pela primeira vez na derrota do Brasil por 1 a 0 para o Equador, em 28 de março, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2002. No lance do gol, o goleiro ajoelhou e depois recebeu muitas críticas pelo ato.
Começava então um questionamento da forma de agir de um goleiro já consagrado. No programa "Super Técnico", da TV Bandeirantes, Wanderley Luxemburgo, treinador do Corinthians, chegou até a encenar como deveria ser a postura correta de Rogério Ceni atuar.
Em outros dois jogos, contra União São João e Guarani, o goleiro voltou a tomar gols ao se ajoelhar. E reclamações mais uma vez surgiram. Para não entrar em polêmicas, o goleiro na época preferiu não rebater as críticas recebidas. Mas o líder tricolor tem um discurso na ponta da língua sobre o assunto.
“Cada um tem o seu jeito de jogar, e esse é o meu”, diz o goleiro, novamente defendido por Rojas. “É como em um lance de pênalti. Você pode defender ou não. Ajoelhar é a mesma coisa. O Rogério sabe que tem outros recursos para se usar, mas ele prefere esse.”