O tenista Gustavo Kuerten não demorou para arrumar uma desculpa para justificar a surpreendente derrota para o quase desconhecido Flávio Saretta no primeiro jogo que disputou no Brasil Open na Costa do Sauípe. O resultado frustrou torcedores e organizadores que contavam com o carisma de Guga para transformar a competição num sucesso.
-Faz dois meses que estou jogando um campeonato atrás do outro. Na real, esta é a primeira vez nos últimos dois ou três anos que jogo tanto e o cansaço me atrapalhou muito", justificou Guga. "Sabia desde o começo que seria complicado lidar com o desgaste e tentei limitar um pouco os esforços para ir até o final, mas estava mortinho", completou.
Kuerten, porém, não deixou de reconhecer o mérito do adversário. -O Saretta é um jogador bastante completo, um dos jovens que estão jogando bem. Ele me fez correr bastante e me motivou, mas não consegui vencer. Sua maior virtude é ser um cara bem solto, bem tranqüilo, que sabe lidar com situações difíceis", elogiou.
Para Saretta, que chegou a marcar três match points, o resultado não poderia ter sido melhor. -Este é o dia mais feliz da minha vida como tenista", vibrou. "Jogar contra o número 1 do mundo, tricampeão de Roland Garros, é estranho, mas vencer foi legal porque deu para saber que posso chegar muito mais longe. Principalmente porque este foi apenas o segundo ATP que disputei".
Segundo ele, o equilíbrio psicológico foi sua maior arma. -Consegui segurar a cabeça e procurei acreditar o tempo todo. Quando você está jogando com um cara muito melhor ranqueado, não adianta ficar nervoso, mesmo achando que só minha família e meus treinadores estavam torcendo por mim", brincou o paulista.