Ele subiu com o São Caetano para a primeira divisão no Paulistão em 2000. Perdeu o artilheiro Túlio e sagrou-se vice-campeão da Copa João Havelange. Perdeu Japinha, Claudecir e Adhemar, foi quinto colocado no Paulista e chegou entre os 16 melhores na Libertadores. Trocou mais sete jogadores e é o vice-líder do Brasileirão, invicto há onze partidas e dono do terceiro melhor ataque da competição.
Este é Jair Picerni, o técnico há mais tempo no mesmo clube dos 28 que disputam o Brasileirão: 20 meses. No retrospecto, além da afirmação de um dos times mais novos do país, o aproveitamento de 65% dos pontos disputados.
– Ele é um dos poucos sinônimos de alegria no nosso futebol – afirma o colunista Juca Kfouri.
– Ele manda ir pra frente mesmo. Não tem comparação com técnicos que preferem segurar o jogo. O esquema do Jair é bem melhor – afirma o volante Simão, que considera Jair o melhor dos "10 a 15 técnicos" com quem já trabalhou.
Prova de que a essência do futebol do São Caetano – que recebe o Botafogo-SP amanhã – é a agressividade do conjunto, são os nove jogadores que já marcaram.
– Nós não dependemos de um ou outro jogador. O time vai mudando, e o Azulão continua o mesmo – declara o meia Esquerdinha, originário do grupo que conquistou o acesso no Paulistão do ano passado.
Picerni continua querido até no Gama, clube que comandou por nove jogos no Brasileiro-99, o suficiente para deixar sua marca no DF.
– Ele é o melhor técnico que o Gama já teve. Sua tática é mandar o time à frente. Para ele, é mais importante fazer gols – diz o gerente de futebol do Gama, Edvan Aires, que considera a derrota de 3 a 2 para o Cruzeiro, o melhor jogo da história do clube quando atuou em seu estádio.