Rio - Ter sérias dificuldades de encontrar o melhor futebol jogando em casa não tem sido o único problema do Botafogo. O clube também tem sentido no bolso o fato de mandar seus jogos no Maracanã. Segundo a diretoria alvinegra, o prejuízo gira em torno de R$ 30 mil por partida.
Esse quadro já seria o suficiente para o clube tentar levar suas partidas para outras praças, como acontecerá no clássico contra o Fluminense, dia 6 de outubro. O jogo foi transferido para Juiz de Fora porque está marcado para o mesmo dia de Flamengo x Vasco, e na véspera do jogo da Seleção Brasileira contra o Chile.
Antônio Rodrigues, vice de futebol do Botafogo, diz que as cotas são muito altas para se jogar no Maracanã, apesar de afirmar que gostaria muito que a equipe continuasse jogando no Rio.
"O Maracanã é a nossa casa, mas estamos querendo acabar com esse prejuízo. Para se ter uma idéia, só tivemos lucro no jogo contra o Paraná" disse ele, afirmando que o clube embolsou mais de R$ 100 mil.
E foi justamente contra o Paraná a única partida que o Botafogo conseguiu fazer em casa em um fim de semana, quando o público costuma comparecer em maior número. A média de público do Botafogo nesse Brasileiro, em dias de semana, é de 10.268 torcedores.
Rodrigues lembra que os clubes têm que desembolsar cerca de R$ 70 mil só para abrir o Maracanã, sendo que todos os gastos são de responsabilidade única do mandante. "No último jogo, por exemplo, foram R$ 101 mil de despesas de borderô. Existem vários descontos, como incentivo à terceira divisão, arbitragem, Suderj e Federação."
O técnico Paulo Autuori e os jogadores não admitem deixar de jogar no Maracanã. Segundo eles, se é para acabar com algum tipo de maldição, que a equipe entre em campo e acabe com isso de uma vez. "Em termos técnicos, não adianta sair do Maracanã, até porque não há covardes aqui. Já quanto à parte financeira é outra história. Se a diretoria achar por bem, não podemos fazer nada" comentou o treinador.