Rio - O presidente do Flamengo, Edmundo Santos Silva, vai prestar depoimento nesta quarta-feira às 10h à CPI do Senado, que investiga supostas irregularidades no futebol brasileiro. O dirigente, que já tinha falado aos senadores no dia 30 de agosto, não pôde depor no fim de setembro por ter se submetido a uma operação na boca.
Ficaram muitas coisas pendentes em relação ao primeiro depoimento de Edmundo, até porque o dirigente caiu em contradição ao depor.
Naquela ocasião, no início do depoimento Edmundo disse que o Flamengo não movimentava contas no exterior. Mas quando o dirigente entregou aos senadores um relatório da empresa Delload, referentes aos assuntos financeiros do clube desde 1999, ficou comprovado que o Flamengo movimenta uma conta de mais de US$ 1 milhão (aproximadamente R$ 2,5 milhões) no Banco Bilbão Viscaya, das Ilhas Cayman.
Os senadores acreditam que esta contradição possa caracterizar crimes de evasão de divisas e sonegação fiscal, o que foi negado por Edmundo. Além do mais, Edmundo terá que revelar aos senadores se o Flamengo possui uma conta em Nova York, como revelou em seu depoimento Antônio Augusto Dunshee de Abranches, ex-presidente do clube.
A situação de Edmundo poderá se complicar ainda mais. Na primeira vez ele não conseguiu explicar a contratação do meia Petkovic, junto ao Venezia, da Itália. A CPI descobriu que o Flamengo teria pago US$ 6,5 milhões (aproximadamente R$ 16 milhões) pelo passe do jogador, que foi depositado em contas sediadas em paraísos fiscais.
O problema é que o clube italiano diz só ter recebido US$ 4,5 (aproximadamente R$ 12 milhões). Segundo a assessoria da CPI, o Flamengo alega que a diferença foi para a conta da Lake Blue, empresa do Caribe que intermediou a negociação. O dirigente deverá entregar os documentos nos próximos dias.