Milão - O Senado italiano aprovou na quarta-feira uma ampla legislação que visa combater a violência nos estádios do futebol do País. Na última temporada, o campeonato italiano teve vários problemas relacionados à violência dos torcedores.
A nova legislação transforma em lei um decreto emitido pelo governo, que foi baseado em leis usadas na Grã-Bretanha para criar crimes específicos relativos ao futebol. Os torcedores agora podem ser acusados criminalmente por invadirem o campo, por jogarem objetos no estádio e por agressões raciais.
As autoridades também ganham mais poderes para banir dos estádios os torcedores violentos. Além disso, fotos e vídeos vão poder ser usados nos processos contra os hooligans.
No entanto, a lei não inclui um ponto polêmico do decreto do governo, que permitia que a polícia efetuasse prisões até 48 horas depois da partida. A lei italiana difere a detenção da prisão, que precisa ser aprovada por um juiz.
Apesar do crescimento da violência e do racismo no futebol italiano, o número de prisões continua baixo. As autoridades têm punido os clubes, através de multas e de interdições de estádios.
Aval - A Associação de Futebol Italiano apoiou a nova lei. "Quero agradecer ao parlamento pela aprovação definitiva do decreto contra a violência introduzido pelo governo em agosto", disse o presidente da Associação, Franco Carraro, em uma nota.
Carraro disse que o decreto "mostrou ser válido" como uma medida preventiva e que o número de incidentes sérios diminuiu nesta temporada, provocando uma "necessidade menor de intervenção por parte da polícia".
Mas Carraro deixou claro que a responsabilidade pelo combate à violência continua sendo, principalmente, dos clubes. Ele pediu uma "melhoria nos estádios e a adoção de medidas para melhorar a colaboração entre as autoridades locais, estaduais, os clubes e os torcedores de verdade".
Alguns clubes foram acusados de terem relações próximas demais com torcidas organizadas, e Cassaro disse que esses laços têm que ser rompidos. "O clube deve denunciar os delinquentes mascarados de torcedores", disse ele, que pediu aos clubes, técnicos e jogadores para não incitarem os torcedores.