Berlim - Elas já escutam desaforos de todos os tipos: prostituta, loureira, messalina, rameira, decaída, bagageira, bisca, horizontal, moça-dama, mulher da vida, quenga, vulgívaga e tantos outros. Até aceitam definições pejorativas, mas compará-las a boleiros fajutos, de um time perdedor, que não treinam, é demais.
As profissionais do sexo alemãs reagiram indignadas à associação com os pernas-de-pau do Energie Cottbus (oitavo colocado na competição), feita pelo técnico da equipe, Eduard Geyer.
"A performance desses jogadores lembra a das mulheres de Saint Paul", declarou o treinador, referindo-se a um conhecido centro de prostituição de Hamburgo. "Tudo o que eles sabem fazer é fumar cigarros, beber em excesso e dormir por aí", alfinetou ele, mergulhando na comparação.
Palavras no mínimo mal colocadas. Geyer não levou em conta o nível de organização e aceitação das profissionais alemãs no seu país. As meretrizes locais são regulamentadas por lei e têm uma das associações mais fortes do mundo. Por isso, a reação foi imediata. Foram ao polêmico jornal ‘Bild’ criticar o técnico.
"Geyer deveria mandar seus garotos até aqui para verem como é duro o nosso trabalho", reivindicou Vanessa, de 21 anos. "Eles poderiam aprender algumas coisas conosco. Trabalho de 12 a 14 horas por dia, e às vezes fico duas semana sem folga", reclamou a garota, lembrando que não bebe álcool, mantém a forma com exercícios e controla a alimentação com dieta à base de frutas.
A colega Kalle Schwensen, conhecida na luz vermelha de St. Paul, em Hamburgo, disparou: "Se o time de Geyer estivesse em boas condições como nós, estaria na liderança da Bundesliga (1ª divisão do futebol alemão)".