Miami - Um júri do estado da Flórida absolveu hoje, quarta-feira, a ex-estrela do futebol americano O.J. Simpson das acusações de multa e agressão em um acidente de carro.
Os membros do júri alcançaram o veredicto depois de quase duas horas de deliberações e dois dias de julgamento, em um tribunal de Miami.
Depois de escutar o veredicto, Simpson, que poderia ter que cumprir até 16 anos de prisão se tivesse sido declarado culpado, pôs uma mão no peito, agradeceu ao júri e depois abraçou seus advogados.
O ex-atleta foi acusado por Jeffrey Pattinson de tê-lo agredido após infringir um sinal de trânsito, durante uma discussão em um cruzamento de Kendall, um subúrbio de Miami.
Pattinson acusou Simpson de ter saído de seu carro, arrancado seus óculos e arranhá-lo na testa, mas o ex-jogador negou a agressão e afirmou que o motorista gritou e ele respondeu da mesma maneira mas voltou a seu veículo e partiu com os dois filhos.
Yale Galanter, um dos advogados do ex-atleta, disse nesta quarta ao júri que Pattinson tinha perseguido Simpson para retê-lo e provocar o confronto, que aconteceu no dia 4 de dezembro do ano passado.
"Pattinson se transformou em vigia. Isso é o que faz, ele não procura ajuda, deseja brincar de ser polícia em vez de chamar um policial", afirmou Galanter.
A juíza Abbe Rifkin acusou Simpson de tentar "turvar a situação" em um caso simples gerado, segundo ela, pelo ex-atleta.
Durante dois dias de testemunhos, Simpson disse que Pattinson mentiu sobre o confronto ao dar uma versão diferente, durante sua presença no tribunal, na semana passada.
"Ele está mentindo. Ele não estava em seu veículo, perguntem a meus filhos. Estava fora do automóvel e não usava óculos", afirmou.
O ex-jogador de futebol americano descreveu Pattinson como uma pessoa agressiva que repetidamente tocou a buzina, piscava os faróis e não o permitia continuar dirigindo.
"Ele me impediu de dirigir, estava grudado (atrás do meu veículo) e se enfureceu ainda mais quando conversamos", disse.
Na apresentação dos argumentos iniciais, testemunharam, além de Simpson e Pattinson, o policial Elsner Brown, especialista em identificar impressões digitais, e Judith Pattinson, esposa do acusado.
Brown declarou que uma impresão nos óculos de Pattinson coincide com uma mostra do polegar direito de Simpson, e também disse que nenhuma marca do ex-jogador foi achada no veículo do acusador.
Simpson foi acusado, em 1994, do assassinato de sua ex-esposa Nicole Brown e do garçom Ronald Goldman, acusações pelas quais foi absolvido.
No entanto, foi culpado no processo civil pelo mesmo crime e condenado a pagar 35,5 milhões de dólares por danos e prejuízos.