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Colombianos denunciam discriminação na Argentina
Sexta-feira, 26 Outubro de 2001, 16h55

Buenos Aires - Uma denúncia contra jogadores de futebol do clube Colón por suposta discriminação contra os jogadores colombianos do Racing de Avellaneda Gerardo Bedoya e Alexander Viveiros causou hoje, sexta-feira, a intervenção do Instituto Argentino contra a Discriminação (Inadi).

O organismo pediu à Fundação Jogo Limpo, dedicada a denunciar atos de violência e discriminação no esporte argentino, um relatório sobre o caso e pensa em um possível processo. O Inadi, dirigido pelo jurista Eugenio Zaffaroni, chamou o presidente da Fundação Jogo Limpo, Sergio Ramírez Chagra, para dar declaração na próxima segunda-feira.

O organismo exigiu de Ramírez Chagra novos "elementos probatórios" e, segundo fontes vinculadas ao caso, pedirá que Bedoya e Viveiros prestem depoimento e que o vídeo no qual teriam ficado registradas as supostas agressões discriminatórias seja apresentado. Bedoya disse à imprensa que, durante o jogo que seu time ganhou no domingo por 2 a 1, gritaram, do banco de reservas do Colón, "preto" e "colombiano coquero" (vinculado à cocaína) para ele e para Viveiros.

"As pessoas no banco adversário estavam nos tratando mal. Queriam nos fazer sentir mal como colombianos e nos provocaram. Nos chamaram de 'pretos', de 'colombianos coqueros' e de muitas outras coisas mais", afirmou o jogador colombiano.

A declaração de Bedoya foi registrada pela Fundação Jogo Limpo, que, em uma denúncia pública, afirmou que "se estiverem corretas as apreciações do jogador colombiano, estaremos em presença de uma clara violação da lei contra a discriminação, que poderia implicar em sanções pecuniárias e penais, além das que poderiam ser aplicadas pelo Tribunal de Disciplina da Associação do Futebol Argentino". Segundo Bedoya, "o assunto é bastante incômodo" e "o certo é que em cada estádio os colegas (argentinos) nos insultam e não é nada bom".

Denúncias da fundação "Jogo Limpo" à Justiça causaram a suspensão da atividade futebolística em 1998 por causa de numerosos atos de violência ocorridos nos estádios e seus arredores. A fundação já tinha apresentado anteriormente outras denúncias por atitudes anti-semitas e xenófobas contra clubes e jogadores estrangeiros.

Efe


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