Rio - Os senadores da "Bancada da Bola", ligados a clubes e entidades, mostraram a cara na sessão da CPI do Senado, que investiga supostas irregularidades no futebol brasileiro, desta quarta-feira. Os membros da Comissão se reuniram para discutir os rumos da investigação sobre a CBF, uma vez que o presidente da entidade, Ricardo Teixeira, que deveria estar depondo nesta sessão, apresentou atestado médico que o impede de comparecer à Comissão pelos próximos seis meses.
Quando o senador Álvaro Dias (PDT-PR), presidente da CPI, decidiu colocar em votação requerimentos sobre a possibilidade da convocação de outros dirigentes da CBF começou a confusão. Neste momento os senadores da chamada "Bancada da Bola" entraram em ação. Eles fecharam em bloco impedindo que qualquer outra pessoa seja convocada para depor até o fim da CPI.
Álvaro Dias ainda colocou para os senadores ouvirem uma fita gravada pela Rádio Gaúcha, que foi divulgada em agosto, na qual Ricardo Teixeira convocou os presidentes de federações a ajudarem na luta para obstruir os trabalhos da CPI. Depois de muito bate-boca a "Bancada da Bola" saiu vitoriosa e teve senador que deixou a sessão achando que Teixeira vai conseguir seu objetivo.
Dessa forma, o último depoimento que a Comissão vai tomar será a do contador da CBF, Osvaldo Ferreira, que já estava marcado antes desta sessão. Com isso, ele vai depor no dia 8 de novembro.
No fim da sessão o relator da CPI, senador Geraldo Althoff (PFL-SC), preferiu não polemizar e disse que vai acatar a decisão da maioria, embora entenda que novas convocações seriam necessárias. Perguntado se acreditava que esta intervenção da "Bancada da Bola" coloca em risco a aprovação do relatório final da Comissão, que será votado no dia 8 de dezembro, Althoff apelou para o bom senso.
“Acho que o bom senso deve prevalecer e não temo pela aprovação do relatório final. Acho que a seriedade do meu trabalho nesta relatoria será levado em consideração na votação”, afirmou Althoff.