Rio - Mesmo com as câmeras de televisão tendo flagrado a cusparada que aplicou no lateral-esquerdo Roberto Carlos após o jogo entre Brasil e Paraguai pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2002, o goleiro Chilavert preferiu culpar os brasileiros pelos quatro jogos de suspensão que recebeu por parte da Fifa.
Chilavert lembrou que a decisão da entidade máxima do futebol mundial foi injusta e que o Brasil não foi punido por ter escalado jogadores com idade adulterada em competições de categorias de base.
“A lei não serve para todos. O Brasil adulterou a idade de jogadores e não foi punido. Além disso, o presidente da CBF tem problemas com a Justiça de seu país e não vai preso. Para piorar, jogadores que agridem companheiros recebem dois jogos de suspensão, enquanto recebo quatro”, afirmou Chilavert.
O goleiro disse que o Brasil se movimentou para puní-lo pois não gostaria de terminar as Eliminatórias atrás do Paraguai na tabela de classificação e criticou muita a atuação do árbitro alemão Hellmut Krug.
“Estranho que seja escalado um árbitro alemão para aquela partida. Além disso ele entregou a súmula do jogo bem depois do que era permitido”, afirmou Chilavert.
Durante entrevista que concedeu, Chilavert evitou criticar a Fifa, mas garantiu que voltaria a cuspir em Roberto Carlos. “Voltaria a cuspir no Roberto Carlos, uma vez que ele fez gestos obscenos para mim e desrespeitou meu país. Além disso o técnico do Brasil me chamou de gordo antes do jogo. Fui provocado e acabei sendo o único castigado pela Fifa”, afirmou Chilavert.
A Associação do Futebol Paraguaio (APF) anunciou que vai recorrer da decisão e tentar reduzir para dois jogos a punição imposta a Chilavert. Por esta punição ele não jogará mais nas Eliminatórias e nem nas duas primeiras partidas da Copa do Mundo de 2002.