Buenos Iares - A seleção argentina vai "defender a tradição da camisa azul e branca", garantiu nesta terça-feira o volante Juan Pablo Sorín ao falar sobre a partida contra o Uruguai, pela última rodada das eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo de 2002.
O resultado da partida, que será disputada na quarta-feira, em Montevidéu, é fundamental para o Brasil, que disputa com os uruguaios a quarta vaga direta para a Copa do Mundo do Japão/Coréia.
"Queremos fazer um jogo muito ofensivo. Não pensamos em interferir no destino de ninguém. Queremos vencer o Uruguai e defender a tradição da camisa azul e branca", disse Sorin, que joga no Cruzeiro.
Apesar da disposição, Sorin admitiu que a partida em Montevidéu "será duríssima" e "não será linda".
Os jogadores terão que "lutar por cada bola como se fosse a última. Certamente será um jogo muito disputado, como ocorreu no Monumental" de Buenos Aires, na partida de ida, quando os argentinos venceram o Uruguai por 2 a 1.
"Não imagino uma guerra de pontapés, mas vai ser um jogo disputado, com pouco espaço e muito atrito, algo normal para um clássico" como este, disse Sorin.
Sobre a importância do jogo para o Brasil, Sorin disse que "isto não importa. Queremos ganhar a partida porque somos a Argentina e será um clássico contra o Uruguai".
Sorin rejeitou as especulações de que o time argentino poderia facilitar a vida dos uruguaios para tentar desclassificar o Brasil.
A meta é "ganhar para dar alegria aos argentinos. Qualquer um pode especular (....) mas esta possibilidade (entregar o jogo) não passa por nossa cabeça. Queremos seguir vencendo" até o final das eliminatórias.
O atacante Claudio López, autor do segundo gol da Argentina contra o Peru (2-0) na quarta-feira passada, disse que "tratará de jogar bem" contra o Uruguai "para convencer o técnico na próxima convocação".
López afirmou que o time pensa o seguinte: "custou muito chegar à posição em que estamos. Agora, que cada um cuide se si, já que garantimos o nosso e o fizemos muito bem".
Segundo o zagueiro Roberto Ayala, "a seleção fez o seu trabalho e colocou a Argentina em outra Copa do Mundo. A sorte das outras equipes não tem importância para nós".
Ao ser perguntado pela imprensa uruguaia sobre que equipe merece cair na repescagem (Brasil ou Uruguai), Ayala disse que "os pontos vão determinar quem deve ou não" enfrentar a Austrália.
Ayala e López lembraram que o Uruguai sempre foi um adversário difícil e que a Argentina não vence os uruguaios em Montevidéu há 25 anos.
"É um partida importante porque há muito prestígio em jogo. Quando se joga um clássico como este, todos querem vencer", disse Ayala.
Sobre as versões de que a Argentina gostaria de deixar o Brasil fora da Copa, Ayala disse que era preciso "inverter os papéis e pensar o que os brasileiros fariam se estivessem no nosso caso".
Após muita insistência, Ayala e López admitiram que existe maior rivalidade com o Brasil do que com o Uruguai.
Em seguida, López destacou que a questão não está nas mãos da Argentina porque a seleção uruguaia "tem grandes jogadores e pode fazer seu destino".