São Paulo – Regeneração foi a base para o início da vida política e, por conseqüência, da ligação de Alfredo Nunes com o futebol. Uma trajetória sempre cercada por polêmicas e ações judiciais.
A história começa no início dos anos 50, quando conseguiu seu único mandato para vereador. Assim como aconteceu recentemente, na prefeitura, pediu licença um ano depois e elegeu-se Deputado Estadual, função que exerceu por 18 anos. Em 1969, foi cassado pelo regime militar.
Alfredo Nunes exibe certo orgulho ao falar da cassação e diz que estava ao lado do povo. Um relatório do SNI, de fato, fala em subversão. Mas cita também corrupção como causa do seu afastamento. O mesmo relatório acusa Alfredo Nunes de irregularidades em uma das campanhas do pai, Gonçalo Nunes, à prefeitura.
Fora da política, ganhou destaque no meio esportivo. Presidiu a Federação Piauiense de Futebol e foi diretor do Piauí Esporte Clube. Numa eleição do clube, segundo o mesmo relatório, voltou a ser acusado de irregularidades por opositores. Alfredo foi, ainda, aliado de João Havelange na CBD.
”Ele ficou muitos anos afastado da cidade. Vinha pouco aqui” diz o vereador Eduardo Carvalho.
De volta à política, atuou como chefe de Gabinete do então Ministro da Educação Hugo Napoleão, no Governo José Sarney. Foi secretário do MEC e, anos depois, passou a trabalhar na CBF. Foi diretor-técnico e, recentemente, era vice-presidente do Nordeste. É visto como homem de confiança do presidente Ricardo Teixeira. Tanto que, de acordo com o estatuto, Alfredo deveria ser o terceiro dos vices a assumir em caso de impossibilidade de Ricardo.
”Ele sempre viveu sob o guarda-chuva dos poderosos. Arrumou um motivo para deixar a prefeitura. Virou presidente interino da CBF porque é homem de confiança, encobre os ilícitos” diz Xavier Neto.
Por influência de Alfredo, a CBF ajudou com R$ 100 mil a campanha de Hugo Napoleão ao Governo do Piauí, como mostra a prestação de contas entregue ao TRE.