São Paulo - Em qualquer bate bola de crianças é comum que os piores jogadores sejam colocados para atuar no gol. Muitos, aliás, só entram para jogar porque são os donos da bola. Sem eles, a partida terminaria mesmo antes de ser iniciada.
Foi assim que Márcio virou goleiro. Revelação do Tricolor, onde joga desde 1994, e reserva da Seleção Brasileira sub-20, o jogador foi para o gol por acaso, quando jogava futebol de salão pelo Círculo Militar, clube da capital paulista. Foi há 12 anos, em um jogo contra a Portuguesa.
“Eu tinha sete anos e jogava na linha, mas era muito ruim. Como eu sabia que eu não iria jogar, levava alguns bonequinhos e ficava brincando no banco de reservas. Um dia, o goleiro faltou e o técnico me perguntou se eu não queria jogar. Eu disse que sim, já que não entrava nunca. Meu time perdeu de 12 a 1”, lembra o goleiro, que se divertia com a coleção dos "Comandos em Ação", grupo de soldadinhos de brinquedo.
O primeiro desafio de Márcio no gol não teve um resultado dos melhores, mas, amanhã o goleiro terá uma outra missão, desta vez na equipe principal do São Paulo. Com a expulsão de Rogério Ceni e as falhas de Alencar contra o Vasco, ele será o reserva de Roger contra o Atlético-MG.
“Fico feliz por ter recebido essa chance do Nelsinho. É um reconhecimento pelo meu trabalho”, afirma feliz o goleiro, que ainda não estreou na equipe principal do Tricolor.
Rogério Ceni foi eleito para ser o modelo para o jovem goleiro no time de cima. Além de observar o titular são-paulino nos treinamentos, Márcio também o procura para conversas e buscar conselhos.
“Ele me ajuda bastante”, conta.
A possibilidade de ser titular do São Paulo ainda não está entre as prioridades de Márcio. Ele diz que é paciente e usa o próprio exemplo de Rogério Ceni dentro do clube.
“O Rogério esperou o Zetti sair, por muito tempo. Não tenho pressa para ser titular”, diz Márcio, que também descarta qualquer possibilidade de deixar o São Paulo.