Melbourne - O ano do australiano Patrick Rafter -- e possivelmente sua carreira -- terminou com uma amarga decepção neste domingo, com a derrota da Austrália para a França na final da Copa Davis.
Rafter revelou que pretende tirar o próximo ano de folga, para descansar, mas há dúvidas de que voltará a jogar depois disso.
O tenista não compareceu à entrevista coletiva depois de perder para a França por 3 a 2. O capitão da equipe australiana, John Fitzgerald, afirmou que ninguém sabe se ele voltará a competir.
``Não posso falar por Pat, mas nem sei se ele sabe'', disse Fitzgerald ``Não me disseram nada, mas acho que ele precisa de descanso''.
A final da Copa Davis deveria ter sido a despedida perfeita para Rafter, mas acabou como uma grande decepção. O ex-número um do mundo tem dois títulos do Aberto dos Estados Unidos e duas finais de Wimbledon, mas sempre afirmou que seu maior objetivo era a Copa Davis.
Ele estava machucado durante a conquista de 1999, contra a própria França, e participou da equipe que perdeu para a Espanha no ano passado. Este ano, as esperanças eram grandes de encerrar a temporada com um novo triunfo.
Por alguns instantes tudo parecia estar caminhando no sentido certo. O cenário estava armado para que Rafter surgisse como o grande herói da conquista, com o placar em 2 a 2, faltando apenas sua partida decisiva contra Nicolas Escude.
Rafter nunca havia perdido para Escude, e a quadra de grama favorecia seu jogo de saque e voleio. Mas o sonho logo se tornou um pesadelo, quando ele teve de desistir da partida decisiva depois de agravar uma contusão no braço durante o jogo de duplas, no dia anterior. O substituto, Wayne Arthurs, não foi páreo para Escude.
A ironia é que Rafter, que teve problemas com contusões ao longo de toda a carreira, não deveria ter jogado as duplas.
Arthurs e Todd Woodbridge haviam sido escalados, mas Fitzgerald decidiu substituí-los por Rafter e Hewitt, numa decisão controversa.
A Austrália perdeu as duplas e a competição, com o agravamento da contusão de Rafter.
``Assumimos um risco nas duplas, que não adiantou, mas era um risco que tínhamos de correr'', justificou Rafter. ``Eu sabia que provavelmente só agüentaria mais um jogo, então decidimos tentar... mas não deu certo''.
Rafter é um dos poucos especialistas de saque e voleio no circuito e sua atitude descontraída fez dele um dos esportistas mais populares da Austrália.
Suas maiores conquistas aconteceram em Nova York, onde ele venceu o Aberto dos Estados Unidos em 1997 e 98. Ele também fez a final de Wimbledon em 2000 e 2001, mas perdeu nas duas oportunidades.