São Paulo - Apesar do lobby feito pelo dirigente na semana passada, o relatório da CPI do Senado pediu que o Ministério Público Federal (MPF) indicie o presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), Eduardo José Farah, em cinco crimes. Segundo o texto final da comissão, o MPF vai abrir inquérito para apurar a apropriação indébita, evasão de divisas, prestação de falso testemunho, desobediência e obstrução da CPI e fraude contra o INSS.
O enquadramento por apropriação indébita foi motivada pelas descobertas de cheques diretos da Federação Paulista para Farah, o que foi revelado pelo Lance!. O dirigente ainda usou um cheque da FPF para pagar uma dívida pessoal com a Receita Federal. No total, Farah utilizou cerca de R$ 500 mil da FPF.
Como negou à CPI ter recebido dinheiro da FPF, Farah também teve o indiciamento pedido por prestar falso testemunho durante o seu depoimento aos senadores. As suas tentativas de impedir as investigações lhe renderam mais um pedido, desta vez por obstrução dos trabalhos da CPI.
Mais: não foi pago parte do INSS em uma promoção que Farah fez com a Kaiser para revender ingressos para partidas do Estadual de São Paulo. Assim, foi oferecida denúncia ao MPF por fraude contra a Previdência. Amigo do dirigente da FPF, ex-presidente do São José, Pedro Yves, teve pedidos o seu indiciamento por falsidade ideológica e apropriação indébita por causa dos cheques que recebeu da Federação.
Pedro Yves é aliado de Farah, com quem quase dividiu uma chapa política. Recebeu o cheque da Federação, que era destinado ao São José, depois de ter saído do clube. No relatório da CPI, ainda constam os contratos da Federação Paulista com o amigos de Farah. Entre eles, Bruno Balsimeli e Aparecido Hugo Carletti. Empresas como a HVA, a B&B e a BWA receberam diversos pagamentos da Federação por meio de contratos assinados pelo próprio Farah.