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Oposição do Palmeiras exige faxina e quer Oswaldo
Terça-feira, 11 Dezembro de 2001, 10h26
Atualizada: Terça-feira, 11 Dezembro de 2001, 12h07

Dani Blaschkauer

São Paulo – Faxina completa no elenco, trazer até quatro jogadores de renome (descartados, porém, Edmundo, Rincón e Evair), sem “ditador” no comando do clube, e ainda Oswaldo de Oliveira como treinador.

Esse é o plano da oposição do Palmeiras para acabar com o mandato de “ditador” do atual presidente Mustafá Contursi.

Outra mudança exigida por cerca de 50 conselheiros do clube é da saída do diretor de futebol remunerado Américo Faria. “O que ele fez antes de ir para a CBF? Qual é a importância dele?”, questiona Seraphim Del Grande, líder do movimento da oposição, denominado Movimento União Verde e Branca.

O cartola ainda não poupou críticas ao seu ex-parceiro político, Mustafá, de quem foi vice-presidente de futebol até meados da década de 90.

“O grande mal de ficar tanto tempo no poder, é que a pessoa faz as coisas como o único que sabe e não escuta ninguém. Ele precisa ouvir os outros. Ele está sendo um ditador”, afirmou Del Grande. RENOVAÇÃO - O conselheiro acredita que o principal erro do Palmeiras foi na saída da Parmalat.

“Naquela época, a receita ia para o Palmeiras e 70% das despesas era da Parmalat. Era para ter guardado dinheiro e até segurado o Alex e o Júnior com um acordo com a Parmalat”, disse, se referindo ao fato de o clube ter conseguido colocar US$ 50 milhões nos cofres. Hoje, a quantia caiu para cerca de US$ 12 milhões. “O clube teve que assumir as despesas que eram da Parmalat e comprou propriedades perto do Parque Antártica”, contou.

Mas, quando o assunto é contratações de 2001, o dirigente fica ainda mais bravo. “O que jogadores como Fábio Júnior, Basílio e Edmílson representaram? Não sei se alguém ganhou dinheiro trazendo eles ou se foi erro de planejamento, mas foi muito mal feito”, disse.

A principal bronca da oposição foi a contratação de vários atacantes e meio-campistas. “E nas laterais? Só o Misso, que não dá para jogar no Palmeiras”, falou. “Não adianta trazer jogadores de renome, mas que não somam nada como o Donizete. Ou mesmo o Adhemar, que tem uns 29 anos. O que ele fez em toda sua carreira? Até onde eu sei, foi reserva do Túlio por três anos e jogou seis meses, só isto. Ainda bem que o Palmeiras não vai mais atrás dele”, alfinetou. “Quem somaria hoje é um atleta como o César Sampaio.”

Por falar em mais nomes de jogadores, Del Grande só absolveu quatro atletas do atual elenco: Marcos, Arce, Pedrinho e Fernando. “O resto, não vejo como contar.”

Ele ainda defendeu o nome do técnico Oswaldo de Oliveira, atualmente no Fluminense, para o comando do time em 2002. “Mas não adianta trazer o Oswaldo se não trouxer jogador”, cutucou.

“O que o Palmeiras precisa é contratar ainda mais três ou quatro jogadores de renome e juntar com pratas-da-casa, com atletas mais jovens. Mas, mesmo se isto aconteça agora, vai demorar ainda dois anos para o time voltar a ganhar”, comentou Del Grande, já prevendo mais um ano de jejum de títulos no Parque Antártica.

GRUPO PEQUENO - Del Grande comentou ainda que a oposição não vai tentar antecipar as eleições, marcadas para janeiro 2003.

Mas deixou claro que este movimento serve para ganhar votos até lá. No momento, dos 290 conselheiros, 50 estão no grupo contra Mustafá. Mas, destes, apenas 25 falam abertamente. Os demais, têm medo de se confrontarem contra o atual presidente.

O número pode parecer pequeno, mas é preciso se levar em conta que, há dois anos, não chegava a dez conselheiros os que iam contra o atual presidente.

“Este nosso movimento é uma maneira para mostrar à torcida e conselheiros que tem pessoas que não estão falando amém para tudo o que ele (Mustafá) diz”, finalizou. “Sempre criticamos a política do ‘bom e barato’. Pode até ser o ‘bom e o menos caro’, mas para isto é preciso ter competência”, concluiu.

Redação Terra

 

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