Rio de Janeiro - As equipes do San Lorenzo (Argentina) e Flamengo (Brasil) começarão a decidir na quarta-feira a Copa Mercosul de 2001, em uma partida na qual terão que esquecer momentaneamente a crise que os afeta fora de campo para se concentrar somente no futebol.
O San Lorenzo, atual campeão argentino e que disputará a primeira final de um torneio internacional em toda sua história, só conseguiu convencer seus jogadores a viajar para o Brasil pagando parte dos salários atrasados, um dia antes do embarque.
Na semana passada, antes do jogo contra o Huracán no domingo, que o clube perdeu por 1 a 0, os jogadores se recusaram a se concentrar, por causa dos atrasos de salários e das promessas não cumpridas da diretoria.
Para tornar o ambiente ainda mais instável, o treinador da equipe, o chileno Manuel Pellegrini, já disse que, independente do resultado da final da Copa Mercosul, não renovará seu contrato com o clube.
Porém, se o San Lorenzo tem problemas, o Flamengo não fica atrás. Apesar da equipe carioca - campeã da Mercosul em 1999 - ter conseguido escapar do rebaixamento para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro, seu elenco está a um passo da explosão.
O astro Edílson já declarou que só renovará seu contrato com o Flamengo se o clube dispensar o meio-campista iugoslavo Petkovic, seu inimigo declarado.
Ao mesmo tempo, o meio-campista Beto já disse que para permanecer no clube exige que o vice-presidente de futebol, Walter Oaquim, seja demitido.
Este caos disciplinar tem como pano de fundo uma crônica situação de salários e prêmios atrasados. Por outro lado, o clube estuda a possibilidade de contratar Juninho Paulista, que está saindo do Vasco da Gama... por salários atrasados.
Apesar de todos estes problemas, San Lorenzo e Flamengo chegaram a final da quarta Copa Mercosul. Será uma final entre dois times desesperados, pois os dois clubes precisam com urgência dos prêmios que o torneio oferece para honrar seus compromissos.