Allen Chahad
São Paulo - A ex-jogadora Ana Moser e o técnico da seleção brasileira de vôlei masculino, Bernardinho, participaram na manhã desta quarta-feira do lançamento de um projeto social na favela de Heliópolis, em São Paulo. Um núcleo será inaugurado em fevereiro de 2002 e atenderá inicialmente 200 crianças de 7 a 14 anos, que terão aulas de vôlei, além de outras atividades complementares.
O primeiro núcleo do Centro Rexona fora do Paraná, e em área carente, será montado graças a uma parceria entre o Instituto Esporte e Educação (IEE) e a União Núcleo Associação e Sociedade de Heliópolis e São João Clímaco (UNAS). Algumas casas na favela serão derrubadas para que seja construído um ginásio coberto. Os moradores estão sendo transferidos para apartamentos construídos pela prefeitura na região.
“É uma coisa muita boa ver os ídolos se mostrando aqui de carne e osso e, além disso, mostrando consciência social”, disse Nádia Campeão, que também compareceu ao evento. A Secretária Municipal dos Esportes lembra que Bernardinho e Ana Moser são verdadeiros “exemplos”. “Eles estão mostrando para crianças, jovens e todos nós que é possível vencer no esporte e se envolver em projetos sociais. Outros dirigentes deveriam fazer o mesmo”, ressaltou a Secretária.
“Eu estou me segurando para não chorar. Não vou falar mais, senão vou passar vergonha”, disse Ana Moser visivelmente emocionada em meio às entrevistas. A ex-jogadora é atualmente diretora-presidente do IEE e está envolvida no projeto com a favela de Heliópolis há cerca de um ano.
A maior de São Paulo, a favela de Heliópolis tem 95 mil habitantes e uma área de um milhão de metros quadrados. Como 49% destas pessoas têm entre 0 e 22 anos, Bernardinho enxerga a possibilidade do surgimentos de novos atletas dentro do projeto. “Me perguntavam no Paraná quando que iríamos ter jogadores do projeto. Cinco anos depois já são 150 jogando pelo Brasil”, diz o treinador, citando os demais projetos do Rexona.