Buenos Aires - A diretoria do San Lorenzo, da Argentina, não aceita o cancelamento da partida de volta da final da Copa Mercosul, contra o Flamengo, fontes ligadas ao presidente do clube, Fernando Miele. Os dirigentes da Gávea ofereceram aos argentinos a divisão do título e do prêmio.
As fontes disseram que o clube está disposto a "esperar o tempo que for necessário para jogar a partida", suspensa por causa dos distúrbios ocorridos na Argentina em consequência da crise social e econômica sofrida pelo país.
Versões surgidas no hotel Sheraton de Buenos Aires, onde a delegação do Flamengo está concentrada, dizem que os brasileiros não vêem possibilidade de a partida ser disputada na sexta, como havia sido decidido pela Confederação Sul-Americana de Futebol (CSF), por causa dos violentos distúrbios ocorridos nesta quinta e da situação de insegurança vivida na capital argentina.
"Os brasileiros querem voltar o mais rápido possível ao Rio de Janeiro, porque não foram dadas as condições para jogar, já que a população deste país rejeita o estado de sítio e a violência cresce", disse uma fonte do hotel.
A respeito da proposta do Flamengo de dividir com o San Lorenzo o título e o prêmio em dinheiro da CSF, Fernando Gregorio, membro da comissão de futebol do clube argentino, disse que "é impossível" já que a equipe argentina tenta há quarenta anos ganhar um título internacional.
Gregorio também descartou que o San Lorenzo aceite uma mudança de estádio se as autoridades argentinas permitirem, nas próximas horas, a disputa do jogo.
O suposto pedido para a mudança do lugar da partida seria porque o estádio do San Lorenzo, Pedro Bidegain, chamado popularmente "Novo Gasômetro", está situado diante de uma favela, onde os moradores se consideram excluídos pelas políticas econômicas que levaram a Argentina ao atual caos.