Rio - A insatisfação dos jogadores com a diretoria ao desembarcar no Brasil foi grande. Principalmente porque o clube colocou os interesses econômicos à frente da integridade física dos atletas. O motivo é simples: sem a premiação da decisão (US$ 3 milhões para o campeão e US$ 1 milhão para o vice), o Flamengo não tem recursos para pagar os três meses de salários atrasados aos jogadores (outubro, novembro e dezembro), além do 13º salário.
A inadimplência rubro-negra abre brecha para ações dos jogadores na Justiça Trabalhista pedindo o fim do vínculo com o clube. O elenco entrou de férias na sexta sem a promessa do pagamente de, pelo menos, um mês de salário por parte da diretoria.
“Sem o jogo, somos os maiores prejudicados. Queriam que entrássemos em campo por dinheiro. O dinheiro é importante, mas não é tudo. O jogo colocaria a vida de muitas pessoas em risco”, disse Juan.
“Primeiro pensamos na nossa integridade física. Foi tudo blefe para a gente jogar. Quando batemos o martelo, eles voltaram atrás. Cada um vê o seu lado e ficou provado que o grupo é forte”, garantiu Fernando.
O meia Petkovic criticou a atitude da Conmebol em insistir em manter o jogo, apesar da falta de segurança. “O futebol há muito tempo virou um negócio. Cada dia que passa é muito mais interesse do que esporte. O esporte continua apenas para os torcedores e jogadores. Os dirigentes muitas vezes nunca torceram pelos clubes e são apenas profissionais. Não sei o que passa na cabeça deles.”