Londres - A França não conta apenas com um dos melhores meio-campistas do mundo, mas tem hoje também um dos maiores atacantes do futebol, Thierry Henry.
Henry, hoje com 24 anos, foi o artilheiro da França na campanha do título mundial em 1998 e, se chegar à Copa com a mesma forma que tem apresentado no Arsenal no Campeonato Inglês, não haverá como pará-lo.
O atacante já soma 21 gols com quase dois terços da temporada à frente e seu técnico, o francês Arsene Wenger, não imagina até onde ele pode chegar.
``Não há limite para quantos gols ele pode marcar, porque ele é tão bom e tão superior que pode realizar qualquer coisa'', afirma Wenger. ``Ele tem tudo o que um jogador precisa. A questão é até aonde ele quer chegar. Ele tem tudo para ser o melhor dos melhores''.
A velocidade, o controle de bola e a grande movimentação sem bola fazem dele um alvo difícil para a defesa. Ele é o criador de muitos dos gols de seus companheiros.
Ex-meia que Wenger treinou para a posição de atacante, Henry ainda não é o artilheiro perfeito. Assim como outros jogadores habilidosos, o francês tem uma clara fraqueza em jogadas aéreas e perde muitos gols por preciosismo.
Nesta temporada, no entanto, Wenger tem pouco a reclamar.
``Thierry é o tipo de jogador que causa dificuldades para o adversário'', destacou Wenger, que notou o atacante pela primeira vez quando ainda estava no Mônaco. ``Você pode tocar a bola e ele vai saber o que fazer, mas ele também tem uma velocidade tremenda e dá arrancadas que são difíceis de enfrentar''.
``Mas ele ainda pode melhorar na área e em jogadas aéreas, ele mesmo admite isso. Ele sabe que há espaço para melhorar e isso é um sinal positivo. Acharam que ele só estava marcando gols porque ninguém o conhecia, mas agora ele é conhecido e ninguém consegue pará-lo''.
O progresso de Henry nesta temporada surpreendeu até mesmo o jogador francês.
``Quando olho para as estatísticas -- 15 gols em 14 partidas da liga, mais seis gols em sete jogos da Copa dos Campeões -- é assustador'', confessou ele ao jornal L'Equipe. ``No ano passado fiz 22 gols durante toda a temporada, agora estou com 21. Estou mesmo surpreso''.
É uma realidade bem diferente daquela que viveu na Juventus, em 1999, lutando pelo lado direito para criar jogadas para Alessandro Del Piero e Filippo Inzaghi
A transferência para a Itália seguiu-se à participação na Copa do Mundo de 1998, como artilheiro da França, com três gols, e não foi muito duradoura.
Com a saída de outro francês, Nicolas Anelka, Wenger o nomeou como substituto no Arsenal e fez uma mudança tática: transferiu-o para o ataque, para o centro da ação.
Foi um processo lento dentro de campo, enquanto fora dele havia ainda a barreira da língua.
``Não foi fácil no começo, mas você tem de tentar'', disse ele ao site do clube. ``Eu não falava inglês, mas tentava melhorar e ainda faço isso''.