São Paulo - A imprensa australiana em momento algum pôs em questão a capacidade de Gustavo Kuerten, mas não perdeu a oportunidade de tratar com ironia mais uma derrota do brasileiro num Aberto da Austrália. O Sydney Morning Herald disse que se Guga jogasse na quinta-feira, dia da terceira rodada, não seria o Aberto da Austrália.
“Não importa se ele é o primeiro ou o segundo do ranking; não importa contra quem jogue; não importa se sua saúde está boa ou não. Ele passa menos tempo em Melbourne do que a Rainha (...) Se Roland Garros é a quadra dos sonhos de Guga, a Rod Laver Arena é seu Retângulo das Bermudas”, diz o SMH, numa alusão ao Triângulo das Bermudas, onde tudo se perde.
O jornal não entende por que o número 2 do mundo disputou a competição se, em outubro, pensou em ficar fora, dando indícios de que não estava bem. Fez um retrospecto da lesão e lembrou que Guga já havia perdido para o francês, em 2001.
O Le Monde, da França, relata a derrota de Guga lembrando também que ele nunca brilhou no torneio australiano. Deu amplo espaço para o depoimento de Julien Boutter, que preferiu não valorizar tanto a vitória sobre o brasileiro. “Essa foi a segunda melhor atuação de minha carreira. A primeira foi a vitória sobre Albert Costa em Roland Garros. Acho que 50% das chances de vitória se deveram a Kuerten estar machucado, vir de um fim de temporada forte e também de eu não ter quatro jogos nas costas como ele neste ano”.
O americano USA Today diz que Guga não mostrou sua forma usual e teve de receber tratamento médico e voltou a quadra sem saber o que estava errado ou o que fazer.