São Paulo – Cartola em tempo integral no Guarani, o ex-jogador Neto está deixando sua função de lado por algumas horas durante a semana para entrar no gramado. Duas vezes por semana, ele veste o uniforme e vai a campo para ensinar a nova geração do Bugre a cobrar faltas. Campeão brasileiro em 1990 com o Corinthians, Neto sempre fez das cobranças de falta e escanteio suas maiores armas.
“Estou ajudando os jogadores”, disse Neto, que afirmou ter recebido um pedido do técnico Zé Mário para virar professor de ‘bola parada’. “Fiquei até constrangido no início pois nem tenho mais porte físico para isso. Mas topei. O professor já tem seu preferido. “O Martinez é quem tem ido melhor. No mais, a coisa tá feia. Mas é só treinando que você vai apreender.”
Porém, é como diretor de futebol que o ex-jogador gasta a maior parte do tempo tendo que equilibrar as finanças do Guarani que, como a maioria dos clubes nacionais, está reduzindo suas despesas. “Baixar salário não quer dizer que todos tenham que ganhar igual. Até porque o lateral-direito não faz tantos gols quando o centroavante. Você só não pode gastar mais do que ganha. Contratei quatro jogadores, de cinco meses, com salários entre R$ 4 e 15 mil. Se conseguirem cumprir o objetivo deles, vão ganhar aumento. Se não, irão embora.”
O meia, apesar de sua identificação com o Corinthians, aponta o São Paulo como modelo de administração. “Nenhum clube tem a estrutura que tem o São Paulo. O time não precisa sair para fazer pré-temporada. Você não ouve falar se o São Paulo atrasa salários. O São Paulo forma o homem para a sociedade”, disse.