Roma, 22 jan - O atacante argentino Gabriel Omar Batistuta, que cumpre sua segunda temporada no Roma e que marcou nos últimos jogos dois gols decisivos, sendo que um deu a vitória contra o Verona e o outro garantiu o empate com o Udinese, declarou que o time tem potencial para "ganhar tudo" e que ele não aceitaria uma redução de seu salário.
"Não há time que dependa só de um jogador, com a exceção do Nápoli de Maradona. Ganhamos no último ano o campeonato italiano e queremos o bi. Ainda não me sinto realizado e enquanto jogar eu quero ganhar. A Copa dos Campeões ou 'scudetto' (título italiano)? Os dois. Temos potencial para conseguir isso", disse "Batigol".
Batistuta, que em seu retorno aos gramados, após quase um mês contundido, demonstrou seu "cheiro de gol" (dois gols em duas partidas), disse estar "em um momento de boa condição física": "Em Udine (última partida) joguei normalmente. Não sou perfeito, nunca fui e é inútil esperar isso de mim. Estou tranqüilo, em dois jogos marquei dois gols".
"Agora estamos em segundo (lugar) em nosso campeonato, a um ponto do primeiro (Inter de Milão). Mas o Juventus e o Milan também podem acreditar no título. Não acredito que o Roma dos últimos vinte anos tenha sido perfeito", disse, em resposta às críticas recebidas pela equipe depois do jogo com o Udinese.
Em relação à redução de salários, que alguns jogadores, como o capitão do Roma, Francesco Totti, declararam estar dispostos a aceitar em caso de dificuldades econômicas do clube, ou de um "teto salarial" (algo que o Roma e o Lazio já anunciaram), ele se mostrou contrário.
"Eu não aceitaria a redução dos meus salários. Se eu jogo mal o clube é livre para me mandar embora. Mas nunca pensei que seria um peso econômico para o Roma. Sei que ganho muito (6 milhões líquidos de euros por ano), mas quando eles me compraram sabiam o que teriam que me pagar", afirmou.
Batistuta não quis comentar os rumores sobre a situação econômica supostamente "obscura" do Roma: "Não quero desmentir todos os rumores. Muitas coisas são ditas, talvez verdadeiras. Mas não me interessa. Só penso em jogar".
"Minha família e eu estamos bem em Roma e continuarei aqui até o fim do contrato (30 junho de 2003). Mas isso não significa que terminarei minha carreira como jogador aqui. Me sinto menos velho do que pareço e ainda terei vontade de jogar mais alguns anos", disse.