São Paulo – O técnico do São Paulo, Nelsinho Baptista, disparou nesta quinta-feira contra a convocação da Seleção Brasileira para a partida contra a Bolívia, em 31 de janeiro, em Goiânia. É o primeiro amistoso preparatório do time de Luiz Felipe Scolari rumo ao Mundial de 2002 no Japão e na Coréia do Sul.
Nelsinho não gostou de ver seu goleiro, Rogério Ceni, fora da relação de convocados. “A gente sente o atleta, de uma certa forma, inconformado. É o melhor goleiro que o Brasil tem hoje”, declarou o treinador em entrevista ao Esportes Show, a mesa-redonda da Internet brasileira apresentada todas as quinta-feiras por Wanderley Nogueira. “Em um clube ou em uma Seleção você tem que ter os melhores”.
A crítica de Nelsinho a Felipão não se limitou ao goleiro de seu clube. O treinador também quer ver Romário vestindo a camisa amarela. “Se ele tiver em condições físicas, eu convocaria.” O treinador descartou a possibilidade de isso gerar ciúmes entre os outros jogadores e revelou que já enfrentou problema semelhando quando era técnico do Corinthians e o meia Neto era acusado de não se esforçar na marcação como os outros jogadores. "“Uma vez, quando o Neto jogava, se falava nisso. Aí, cheguei para um jogador e falei: então vamos mudar as funções. O Neto vai correr para você e você irá fazer os gols que o Neto faz. Ele me disse: aí não dá."
O técnico do São Paulo ainda rebateu as declarações de Rogério Pinheiro. O zagueiro, que foi chamado de laranja podre por Nelsinho, criticou o técnico ao chegar na Portuguesa, seu novo clube. Rogério, assim como Carlos Miguel e Gustavo Nery chegaram a ser afastados do tricolor pelo treinador. Mas ele e Nery acabaram sendo reintegrados.
Nelsinho rebateu a insinuação do zagueiro de que ele teria sido pressionado pela diretoria para colocá-lo de volta no time. “A única coisa foi que eu sofri pressões para trazê-lo de volta. Não é verdade. Achei que ele e o Gustavo Nery mereciam uma oportunidade. Não tenho nada contra eles. Apenas, como comandante, tenho uma exigência que alguns jogadores não têm condições de cumprir. A resposta que ele tem que dar é dentro do campo. Não é falando que ele vai provar nada”, disse o treinador.
O comandante são-paulino afirmou não ter se arrependido de sua atuação, mas das palavras utilizadas. “Eu não quis chamá-los de laranja podre. Talvez o termo tenha sido um pouco forte. Mas, dentro do grupo, você não pode ter jogadores descontentes. Dentro do grupo, eles estavam fazendo coisas para atrapalhar. Depois, o Gustavo Nery e o Rogério se recuperaram.”