Roma - O jogador do Brescia Pep Guardiola continua insistindo em que provará sua inocência apelando à sanção de quatro meses de suspensão por causa de seus dois exames de antidoping que deram positivo pela presença de nandrolona, segundo destacou nesta sexta-feira, a imprensa italiana, que critica a reincidência em favor da Justiça esportiva no futebol.
O jornal "La Gazetta dello Sport", o maior jornal esportivo italiano, destacou em sua edição a sentença de primeiro grau que condenou Guardiola a quatro meses de suspensão junto com a do holandês do Lazio Jaap Stam, que foi condenado a cinco meses. O jornal também mencionou a suspensão de dois anos imposta ao atleta Andrea Longo por também usar a nandrolona e falou de "vereditos escandalosos".
Em um artigo assinado na primeira página do jornal por Elio Tifari estava escrito: "a mesma substância, nandrolona, a mesma tese defensiva, ignorância, mas diferenças abismais na punição".
"Uma vez que o crime não foi punido, o holandês do Lazio reivindica uma redução de pena em uma apelação e o presidente do Brescia se queixa de que outros cumpriram sua pena no verão, enquanto seu jogador a cumpre durante o campeonato", acrescentou Tifari em seu artigo.
"O balanço pode ser feito rapidamente: Stam 5, Guardiola 4, justiça, zero", concluiu o escritor.
O jornal esportivo editado em Milão destacou também as afirmações de Guardiola que disse que na apelação provará sua inocência, o que afirma ser mais valioso e mais importante do que uma possível participação na Copa, segundo o jogador.
As convicções do jogador espanhol foram destacadas pelo "Corrieri dello Sport", que mencionou a carta enviada ao comitê disciplinar pelo companheiro de equipe de Guardiola, Roberto Baggio, na qual este dá sua própria palavra "sobre a honra de um campeão exemplar como Guardiola".
A colaboração decisiva do ex-capitão do FC Barcelona para a redução da pena de 12 meses que o procurador queria aplicar inicialmente também teve destaque nos demais jornais.
O "Corrieri della Sera", maior jornal da Itália em tiragem, foi partidário das críticas do Gazzetta, ao afirmar que "com a sentença da comissão de disciplina, o futebol demonstra pela enésima vez que representa um mundo à parte e que segue rumos absolutamente privilegiados".