Rio - Amyr Klink deverá deixar o Guarujá na madrugada de terça para quarta-feira com destino à Antártica. Klink teve de adiar a viagem em dois dias para dar os ajustes finais no Paratii 2, veleiro polar de 96 pés com o qual pretende explorar o Mar de Bellingshausen, na primeira etapa da Viagem à China, parte do projeto Petrobras Global.
A idéia inicial era zarpar do Píer 26, no Guarujá, no último domingo, mas os trabalhos no barco não puderam ser concluídos, mesmo
contando com uma equipe de 30 pessoas em ação em tempo integral. A partida passou então para segunda-feira e a nova previsão é a madrugada do dia 30/01. Tudo para dar ao Paratii 2 condições perfeitas de enfrentar as situações extremas de mar, vento e temperatura que encontrará pelo caminho.
“O mais difícil não é enfrentar uma onda de 25 metros, nem estar sem mapas. O que requer mais precisão é organizar a viagem. Frio a gente resolve com roupa, mau tempo a gente resolve com estratégia... O mais complicado é montar o projeto e viabilizá-lo", diz Amyr Klink, que supervisiona de perto cada detalhe na preparação do Paratii 2.
A contagem regressiva para a partida para a Antártica já começou:
“A partir desta segunda-feira ficamos todos concentrados para partir quando o Amyr quiser", afirma Marcos Hurodovich, o Marcão, que participará da expedição ao continente gelado ao lado de Klink e outros quatro tripulantes: José Fernandes (Zezinho), Edson Pinto (Crespo), além de um fotógrafo e um cinegrafista.
O Paratii 2, de 96 pés e 100 toneladas, volta da Antártica em maio e depois retorna ao continente gelado para um novo 360 graus, como Klink fez sozinho há dois anos. No fim de 2002, o barco zarpa rumo à China, passando pelo Ártico.
“Nesta etapa inicial da Viagem à China, tentaremos fazer a primeira experiência navegável no Mar de Bellingshausen, que é uma região ainda não cartografada. Tenho barco e tripulação capazes para isso. O Paratii 2 pode navegar em águas de apenas 1,50m de profundidade e tem autonomia de combustível de três anos. E combustível é vida, sem ele não há energia, não há calor, não há comunicação", afirma Klink, que estará carregando 31 mil litros do óleo diesel especial que a Petrobras desenvolveu para o projeto.
O diesel para ser utilizado em motores, aquecimento e geração de energia é 40% menos poluente, não congela em baixas temperaturas e pode ser estocado por três anos sem perder as características.