Paris - A imprensa francesa culpou o ex-piloto Alain Prost pelo fracasso da escuderia que tinha seu nome há cinco anos e que na segunda-feira foi liquidada por decisão judicial, devido às dívidas.
Enquanto o tetracampeão do mundo de Fórmula 1 acusou ontem os investidores franceses de não o auxiliarem para resolver a situação, os jornais colocaram o piloto no centro do debate e falaram sobre o "fracasso de um homem".
"A falência da escuderia não significa o fracasso da Fórmula 1 francesa, mas o de Alain Prost. Ele repete que a França o deixou cair, o que não é mentira. Mas é preciso compreender o por quê", disse o jornal "Le Figaro".
Os jornais reprovam a atitude orgulhosa do "professor", que não assume a sua culpa pelos erros cometidos.
Prost diz que "fui quatro vezes campeão do mundo e não tenho que provar nada", afirmou o "L'Equipe".
Entre as causas do fracasso, o jornal esportivo destacou "a instabilidade constante com a qual comandou a equipe desanimou seus sócios".
Mais compreensivo, o jornal "Liberation" falou sobre as causas do fracasso de Prost Grand Prix como uma mudança de época, marcada pela chegada dos grandes construtores ao mundo da Fórmula 1.
"A era dos artesãos apaixonados', como Frank Williams, Ken Tyrell ou Guy Ligier, acabou. Adeus e obrigado Alain Prost", disse o jornal.
"Liberation" disse que "para os construtores da Ferrari, da Renault ou da Toyota (que criam seu próprio carro, desde o chassi até o motor), da Mercedes, da BMW, da Honda (que fornecem motores, respectivamente, à McLaren, à Williams e à BAR), a Fórmula 1 é um laboratório de alta tecnologia que precisa de financiamento".
O jornal "Le Parisien", que disse que Prost termina "com decoro", acusa o ex-piloto de "orgulho excessivo" por não ter prestado atenção a algumas soluções apresentadas nos últimos anos.