Mopti (Mali) - George Weah, único africano eleito melhor jogador mundial e europeu do ano, disse adeus à seleção da Libéria, conhecida como as 'Estrelas Solitárias', em sua eliminação da Copa Africana de Nações.
George Manneh Oppong Ousman Weah, que exerceu no torneio que está sendo disputando em Mali as funções de técnico-jogador, jogou em Mopti contra a Nigéria sua última partida com a seleção que defendeu durante 16 anos.
"Estou feliz, embora logicamente triste pela eliminação. É o fim. Assim é o jogo, e é preciso dar oportunidades aos jovens que vêm com força total", afirmou, emocionado, Weah depois do jogo. "Não têm volta. O futebol é um esporte muito bonito e desfrutei dele", disse o liberiano, que assim que terminou a partida dirigiu-se aos torcedores liberianos que assistiram o jogo, disputado no Barema Bogoum Stadium.
"Foi a última grande partida, embora obviamente queria ganhar, mas estou muito satisfeito como jogou a equipe e muito orgulhoso", comentou.
Weah, que trabalha atualmente no Al Jazira, equipe dos Emirados Árabes Unidos, espera que seus companheiros sejam capazes de continuar trabalhando pela seleção liberiana, que poderia aposentar a camisa número '14'.
Conhecido como o "Rei Leão" e o "Rei George", ele é um herói na Libéria - participou ativamente para atrair a atenção internacional para a crise humanitária de seu país depois de uma sangrenta guerra civil - e embaixador da Unicef para o esporte.
O técnico francês Arsene Wenger, agora no Arsenal inglês, foi quem reparou no jovem jogador, mas com físico avantajado e boa técnica individual, e o levou para o Mônaco em 1988. Anteriormente tinha jogado nas equipes liberianas Young Survivor de Clartown, Bongrange Company, Might Barole e Invincible Elevem e no Tonnerre Yaundé, de Camarões.
Depois de conquistar a copa francesa com o Mônaco em 1992, jogou pelo Paris Saint Germain, no qual ampliou sua fama e inclusive ganhou o campeonato francês, o que lhe valeu a contratação pelo Milan em 1995, seu melhor ano, já que foi eleito o melhor jogador do mundo e conseguiu sua segunda eleição como jogador africano do ano (a primeira foi em 1989).
Eleito jogador africano do século passado, também colaborou com o Milan durante quatro temporadas para levá-lo à conquista do campeonato e depois foi para o Chelsea da 'Premier League' inglesa.
Sua passagem pelo Reino Unido, incluída a contratação posterior pelo Manchester City, foi curta e nem tão bem-sucedida, tanto que não demorou em voltar ao Olympique de Marselha, onde também ficou pouco tempo.
Agora terá que se conformar em jogar no Al Jazira. A Libéria perde seu ídolo, o jogador que mais colaborou pelo desenvolvimento do país.
Sua presença no campo e em trabalhos assistenciais foi contínua e importante. Não pôde cumprir o sonho de estar em uma fase final de copa do mundo, mas agora seu sonho de fazer da Libéria um país pacífico e próspero continua vigente.
Nunca hesitou em lutar e trabalhar para isso, inclusive destinou grandes somas de dinheiro para seu país e para sua seleção, tanto que se tornou mais que um desportista de elite, uma inspiração, um símbolo de unidade e esperança por meio do esporte.