São Paulo - Bem mais potente e com maior pressão aerodinâmica, o Arrows A23 deixou otimista o piloto brasileiro Enrique Bernoldi, que fez nesta segunda-feira o shake down do seu novo carro.

O teste foi encerrado depois de Enrique fazer apenas três saídas, cobrindo cerca de 30 quilômetros na reta do aeródromo de Kemple, porque o vento e a chuva que caía desde a manhã se intensificaram e fizeram o carro aqüaplanar.

Mesmo assim, o piloto de Curitiba teve tempo para constatar a superioridade do A23 em relação ao carro que utilizou em 2001, seu primeiro ano na categoria máxima do automobilismo.

Mesmo lamentando a pouca duração do teste, Enrique o considerou suficiente para avaliar seu potencial. “Todos sistemas funcionaram perfeitamente e o comportamento é perfeito, não há sinais de erro de projeto”, analisou Bernoldi.

“O Ford Cosworth é bem mais forte que o motor do ano passado e o controle de tração é ótimo”, elogiou o piloto de Curitiba, que em 2001 penou com o motor Asiatech e seus acessórios. “Ele não tinha potência suficiente e o controle de tração era péssimo. Ao invés de adequar as rotações à aderência dos pneus, ele cortava o motor inteiramente ou simplesmente não funcionava. O da Cosworth é suave, facilita a reaceleração”, afirma.

Outro setor que mereceu elogios foi a aerodinâmica, bem mais eficiente. “Dá para sentir o carro colar no asfalto à medida que a velocidade cresce. Ele se manteve estável mesmo quando o vento ficou muito forte. Só paramos porque o acúmulo de água na pista fez as rodas dianteiras perderem contato com o piso. Mas deu para ver que temos uma boa base para começar o ano”.

Satisfeita com o teste, a Arrows viaja nesta terça-feira para Valência, onde vai iniciar o desenvolvimento do A23 a partir de quarta-feira.

“Vamos começar a andar na parte da tarde porque os mecânicos vão revisar o carro todo. Mas é só por precaução, porque tudo funcionou bem. Isso reduz as chances de quebras, que poderiam nos atrapalhar. Restam apenas quatro semanas para a primeira corrida do ano, o Grande Prêmio da Austrália, no dia três de março, e temos de descontar o tempo parado”, falou Bernoldi.

L!Sportpress