Rio - Desde sexta-feira, uma forte gripe e a maneira como vinha sendo tratado no Flamengo deixaram Carlos Alberto Torres atordoado. Nesta segunda, os dois problemas ainda o incomodavam.
O ex-treinador rubro-negro espantou-se por não ter recebido nem ao menos um telefonema do presidente Edmundo dos Santos Silva ou do vice Mário César Monteiro após seu pedido de demissão.
Ele disse que deixaria o cargo mesmo se tivesse vencido o clássico contra o Botafogo. “Não saio brigado, mas fiquei magoado pela falta de apoio. Há um mês aquilo estava virando um inferno e tenho certeza de que o time seria rebaixado se eu não fosse chamado. Esperava uma palavra de apoio, mesmo que fosse mentira”, disse Torres.
O treinador comentou que reuniu-se com Mário César Monteiro na madrugada de quinta-feira, após a derrota para a Portuguesa. Nesta conversa, segundo Torres, ficou acertado que seu auxiliar, Nélson Santana, e o preparador físico Marcello Campello não seriam demitidos e sim deslocados para o time que disputa o Estadual. “A maneira como aconteceu a demissão me machucou, ficou claro que queriam me atingir.”
Torres não poupou críticas à administração do Flamengo. “Em 83, quando fui campeão brasileiro, não tinha tanta gente dando opinião no Flamengo. Mas, como profissional, tinha de acatar a política do clube como ela é. A instituição é maior que tudo. As pessoas passam e o clube fica.”