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Túlio acusado de dar calote
Quinta-feira, 21 Fevereiro de 2002, 10h43
Atualizada: Quinta-feira, 21 Fevereiro de 2002, 10h45

Rio - O Vila Nova-GO, por meio do advogado Waldomiro de Azevedo Ferreira, entrou com uma denúncia por estelionato no 9º Distrito Policial de Goiânia contra o atacante Túlio e sua ex-mulher e procuradora, Alessandra Cristina Marcondes de Almeida.

O jogador, que recentemente se transferiu para o futebol húngaro, emitiu um cheque no valor de R$ 25 mil ao clube goiano em outubro do ano passado, quando rescindiu seu contrato para atuar no Santa Cruz. O cheque, porém, foi sustado.

Para sair do Vila Nova, Túlio teria de pagar um multa contratual de R$ 100 mil, mas as partes fizeram um acordo e o valor foi reduzido pela metade. Túlio emitiu dois cheques pré-datados do Bradesco no valor de R$ 25 mil cada um. Um foi compensado e o outro foi sustado.

A diretoria do clube alega que tentou receber o valor de forma amigável, mas não conseguiu, por isso fez a denúncia. Segundo o advogado Waldomiro de Azevedo, Túlio chegou a dizer ao ex-presidente do clube Ovídio Martins que "não iria pagar porque isso não daria em nada".

A afirmação motivou a diretoria a interpelar criminalmente Túlio e sua ex-esposa, que era procuradora do atacante na ocasião. “A Alessandra foi avalista na operação”, diz Waldomiro.

Túlio já foi interrogado pelo delegado Edison Raudslei Scaramal no dia 4 deste mês. No depoimento, o jogador disse que sustou o cheque porque tem direitos trabalhistas a receber do Vila Nova, como FGTS, 13º e férias proporcionais, além de aviso prévio. Também justificou a decisão dizendo que tinha um "compromisso com o empresário Robson Lima" (suposto responsável pela transferência do atacante para o Santa Cruz).

Segundo o jogador, o empresário não cumpriu a obrigação de passar o valor necessário para ele cobrir o cheque. No inquérito, o jogador afirma que "tão logo sua situação financeira seja regularizada, ele irá procurar o Vila para fazer um acordo e resolver o problema".

De acordo com Waldomiro de Azevedo, o inquérito está sendo concluído, faltando apenas o delegado responsável pelo inquérito ouvir Alessandra Cristina, que consta com avalista de Túlio.

“A ex-mulher dele foi quem manipulou a saída do Túlio do Vila. Ela, inclusive, sempre esteve à frente do caso para que o jogador rescindisse com o Vila”, afirma o advogado.

Depois de concluído, o inquérito será remetido para o Poder Judiciário. A pena por crime de estelionato, de acordo com o Código Penal, é de dois a quatro anos, mais multa.

L! Sportpress

 

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