Rio - Cachoeiras de Macacu iria acolher o Flamengo durante a primeira pré-temporada de 2002. Mas o técnico era Carlos Alberto Torres e as portas da cidade se fecharam.
Isso porque o Capitão conta com a antipatia da população. Ele foi secretário municipal de esportes, entre 98 e 99. Mas poucas vezes apareceu na cidade. Além disso, suspeita-se que ele fez mau uso de verba pública ao aplicar R$ 700 mil na construção da Vila Olímpica.
“Ele só recebia, não aparecia. Era técnico do Botafogo”, diz o secretário geral do município, Marcos Souza.
Nomeado na época pelo prefeito César de Almeida, Torres usou sua imagem para angariar a verba junto ao Ministro de Esportes, Pelé, para construir a Vila.
As obras foram concluídas, mas o nível de insatisfação é grande. A principal queixa é a qualidade do material usado na construção. Existe a acusação de terem sido compradas telhas usadas para cobrir a quadra poliesportiva; a ausência da pista de atletismo; as grades que cercam o gramado são de plástico; a piscina não tem filtro.
“Ele não veio para cá na primeira pré-temporada para não se expor”, comenta Marcos Souza.
Diante do quadro, Torres foi até tema de marchinha do Bloco Carnavalesco Presidiários, no carnaval de 1999: ‘Olha o secretário, nosso Capitão do Tri, trabalha no Botafogo, mas recebe por aqui’.
Ninguém da Prefeitura soube informar o salário de Torres quando ele respondeu pela secretaria.